25 Janeiro 2016      09:07

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PRESIDENTE “ONE MAN SHOW”

Marcelo Rebelo de Sousa acaba de ser eleito como Presidente da República, algo que já vinha preparando há mais de uma década.

A vitória deve ser reconhecida com a esperança que cumpra aquilo que veio a prometer em termos de independência e imparcialidade.

No entanto, em todo o palco montado em redor da sua candidatura, mais uma vez a televisão pública acabou por ter um papel negativo.

Em pleno dia de eleições deu um claro predomínio ao tempo dado a Marcelo Rebelo de Sousa, o que veio a ser reconhecido pela Comissão Nacional de Eleições

A partir da divulgação das primeiras projecções tornou-se muito fácil, uma vez mais, notar a falta de parcialidade de José Rodrigues dos Santos em dirigir a emissão.

Enquanto os seus colegas tentavam manter uma imparcialidade mínima, José Rodrigues dos Santos fez várias referências a Marcelo como o “Sr. Presidente” num tom prazeiroso e esquecendo-se, uma vez mais, da função que desempenha na estação pública.

Com todo o circo mediático que desde sempre o acompanhou, Marcelo ainda conseguiu mais, escolhendo a Faculdade de Direito de Lisboa como a sua sede eleitoral, num claro desrespeito por todos aqueles que nela estudam e aqueles que, um dia a tiveram como a sua segunda casa.

O que está em causa não é ter pago o arrendamento do espaço. O que está em causa é a utilização de um espaço pertencente a uma instituição pública para fins próprios.

Compreendendo o muito que a FDL lhe possa ter dado, não se pode justificar que tal sirva como desrespeito para todos os que compõem a comunidade daquela instituição.

A FDL já deu a este País muitos membrod em cargos determinantes e, nunca até hoje se viu o abuso do nome da instituição como foi feito pelo agora Presidente.

A FDL não é apenas para os que defendem determinado candidato é de e para todos.

Tal como se realçou de início, Marcelo está de parabéns não apenas pela vitória nas eleições à primeira volta, como por todo o conjunto de apoios que tem vindo a conseguir ao longo das décadas que passou a anunciar-se como “candidato a candidato”.

Agora, o que não se pode admitir é o apoio indiscriminado da comunicação social a uma candidatura em detrimento das restantes.

O facto de Marcelo poder ser considerado como o protagonista de um autêntico “one man show” não pode levar a que lhe tenha sido estendida a passadeira vermelha directamente até Belém.

Nestas eleições houve candidaturas que foram ganhando o seu espaço e que, caso tivessem mais alguma projecção mediática talvez tivessem levado a uma segunda volta.

O resultado está dcidido e tem que ser respeitado mas, se estas eleições e tudo o que em redor destas se passou não levarem a uma séria reflexão, então algo está e vai mesmo muito mal neste País.

Imagem daqui