Quando falamos com alguém sobre telescópios, a primeira questão que nos levantam é, "quantas ampliações é que consegue com o telescópio?".
Uma outra situação, também relacionada com ampliações, é a publicidade enganosa (de um certo ponto de vista!), quando na secção dos brinquedos, as caixas dos telescópios apresentam ampliações exageradas …
A primeira preocupação para quem pretende adquirir um telescópio deve ser a objectiva – diâmetro do espelho principal (ou lente); quanto maior esta for, maior será a quantidade de luz que o telescópio consegue captar, e maior será a ampliação que o aparelho pode fornecer, sem que haja a perda (tipo diluição) da qualidade da imagem.
A ampliação de um telescópio obtém-se dividindo a distância focal da objectiva pela distância focal da ocular. Vejamos um exemplo: se um telescópio tiver uma distância focal de 1000 milímetros (mm) e se estiver a funcionar com uma ocular de 20 mm, o aparelho estará a operar com uma ampliação de 50 vezes.
A ampliação, contudo, traz inconvenientes devido a perda da qualidade de imagem. Deste modo, na prática, um aparelho consegue uma boa ampliação até 1.2 vezes o diâmetro da objectiva. Assim, se o diâmetro da objectiva for de 150 mm, o telescópio consegue uma ampliação máxima de 180 vezes. É claro, que se adaptarmos lentes barlow, ou oculares com distâncias focais de alguns milímetros, conseguiremos ampliações muito superiores (300 ou mais ampliações), tal como se lê nas caixas destes aparelhos e no marketing associado à venda dos mesmos, nessas mesmas caixas!
A potência do nosso aparelho é dada pelo diâmetro da objectiva e que esta só suporta, em ampliações, até 1.2x o seu tamanho em milímetros.
Desta forma, quando pensar em comprar telescópio e usá-lo, mais vale pensar em adquirir um aparelho que lhe forneça imagens pequenas, mas com alguma qualidade, do que imagens muito grandes (recorrendo a oculares com valores pequenos de distância focal), mas com pouca definição!
Imagem de capa daqui.
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