13 Junho 2018      13:10

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Em redor do Guadiana, terras de Mértola e Serpa

Maio com os “Eat-inerários Slow @ Alentejo”

Texto: Victor Lamberto   | Fotografias: Gina Góis, Jorge Silva Santos, Luís Borrecho e Victor Lamberto

Mértola, 26 de Maio, 10:30 – iniciava-se a etapa de Maio dos "Eat-inerários Slow @ Alentejo", o passeio “Em redor do Guadiana @ Terras de Mértola e Serpa”, que pretendeu dar a conhecer aos aventureiros mais um pouco das terras envolventes ao grande rio do Sul. Com as viaturas estacionadas em espaço bem visível para quem passa por Mértola, teve lugar uma visita, guiada pela CM Mértola, a algum do seu imenso e interessante passado (e.g. castelo, mesquita/igreja matriz, museu islâmico) e que incluiu, também, algum comércio tradicional (que sempre promovemos) e recantos mais emblemáticos desta vila (“a mais árabe de Portugal”). Após um demorado almoço, em torno de sápidas migas de alho, a incursão em Mértola terminou com uma visita à tradicional fábrica de gelados Nicolau (desde 1955, “com brinde na ponta do pau”), que surpreendeu e adoçou os presentes, e uma foto de grupo (para mais tarde recordar). Seguidamente, as viaturas despediram-se ruidosamente de Mértola e dirigiram-se a São João dos Caldeireiros, onde a população aguardava pela chegada da caravana para dar início a uma “Tarde de Cante”, que contou com a presença de seis grupos corais alentejanos masculinos e femininos, e que culminou com um farto petisco que congregou os cantadores e os visitantes à mesa. E ainda houve tempo para a comitiva caminhar um pouco, saborear um jantar centrado em sabores alentejanos (nossa preocupação permanente) – sopa de tomate com carne frita e uma caldeirada de ovas de saboga desconhecida para a larga maioria dos convivas (e em consonância com a campanha “Menu de Mudanças – Coma Alimentos Locais” do Slow Food) – e regressar à “Tarde de Cante” para um pezinho de dança…

O segundo dia desta etapa dos "Eat-inerários Slow @ Alentejo”, cujo ponto de encontro foi, uma vez mais, Mértola, e com Serpa como destino final, teve, como primeiro ponto de paragem, Santana de Cambas, onde a comitiva conheceu, saboreou e comprou mel (e outros produtos com mel; e.g. vinagre, rebuçados, doces, hidromel) elaborados pela mais antiga casa produtora de mel de Mértola (desde 1945); seguidamente, houve passagem na Mina de São Domingos, para uma breve introdução à Faixa Piritosa Ibérica, à exploração mineira e ao couto mineiro (um dos mais importantes centros de extracção de cobre na Europa do séc. XIX) e, depois, e após incursão por terra batida, a deslumbrante paisagem envolvente ao Pulo do Lobo (a maior queda de água do Sul de Portugal) foi dada a conhecer, com o devido enquadramento geológico; com o almoço aproximar-se, houve tempo para uma visita uma queijaria em Vale do Poço, que incluiu degustação e compra de genuíno queijo de Serpa. Após o almoço nesta aldeia, em muito concorrido restaurante, e em torno de feijão com carnes e frango do campo cerejado, a caravana retomou a direcção de Serpa, onde estacionou em espaço nobre, para uma visita, guiada pela CM Serpa, a algum do seu património, espaços e recantos (e.g. castelo, muralhas, palácio, núcleo museológico), que incluiu paragem numa tradicional queijaria serpense (com visita, prova de requeijão e compra de genuíno queijo de Serpa), diversas fotos a vetustas oliveiras deslumbrantes, visita de uma R4 local e uma imperial de despedida, na incontornável Lebrinha!

Terminado o passeio “Em redor do Guadiana @ Terras de Mértola e Serpa” (com a promessa de voltarmos a estas terras do Guadiana), são devidos agradecimentos aos convivas presentes que tornaram possível e animaram a jornada e aos anfitriões que nos apoiaram e acolheram: Mário Eugénio (Grupo Coral “Os Caldeireiros de São João”), Junta de Freguesia de São João dos Caldeireiros (presidente Osvaldo Rodrigues), Câmara Municipal de Mértola (João Rolha, Mafalda Silva), Câmara Municipal de Serpa (António Baião, Rui Charraz); restaurantes Boa Viagem, Casa Fatana e Agostinho; Gelados Nicolau, Monte dos Bens, queijarias Sota e Bule… e São Pedro (pelo tempo clemente)!

E os “Eat-inerários Slow @ Alentejo” prosseguem, pois muito mais há para descobrir e desfrutar num outro Além-Tejo, genuíno, amiúde afastado das rotas habituais, sempre em interacção com as comunidades locais e tentando contribuir para a promoção dos veículos clássicos, importantes para uma vida mais calma, menos superficial, mais slow… Em R4, noutro clássico ou… à boleia, mas sempre (ou quase) em modo slow travel: passeios slow com viaturas slow por paisagens slow, degustando sabores slow em espaços slow… E as próximas aventuras anunciam-se: 23 de Junho – São João e a chegada do Verão, em terras de Sousel (Cano e arredores); 15-16 de Julho - regresso a terras da Chamusca; 1-2 de Setembro - mais um aniversário da R4, com a Igrejinha em festa…