7 Dezembro 2021      08:52

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Doutoranda estuda óleos essenciais de plantas do Alentejo

Um estudo conduzido por Sílvia Macedo Arantes, da Universidade de Évora (UÉ), está a promover o conhecimento da composição química, da toxicidade e das propriedades farmacológicas dos óleos essenciais de várias plantas aromáticas e medicinais (PAM) autóctones da região do Alentejo.

De acordo com a Universidade de Évora, Sílvia Macedo Arantes, no âmbito da sua tese de doutoramento em Bioquímica da UÉ, estudou o potencial uso fitoterapêutico de óleos essenciais (OEs) de algumas plantas aromáticas e condimentares, sob orientação de Maria do Rosário Martins, Professora Auxiliar do Departamento de Química e de Ana Teresa Caldeira, Professora Associada do Departamento de Química.

Segundo a mesma fonte, “a crescente aplicação de produtos naturais como alternativa e complemento às terapêuticas convencionais tem suscitado o interesse do público, que muitas vezes adquire estas soluções, em detrimento de fármacos de síntese”. Assim, “torna-se cada vez mais importante estudar a possibilidade da utilização segura destas plantas e dos seus óleos essenciais”.

A investigadora selecionou um grupo de plantas condimentares típicas do Alentejo, utilizadas frequentemente como condimentos na dieta mediterrânica, nomeadamente a erva-das-azeitonas (Calamintha nepeta subsp. nepeta), o funcho (Foeniculum vulgare var. dulce), a hortelã (Mentha spicata), oregão (Origanum vulgare subsp. virens), o poejo (Mentha pulegium), o rosmaninho (Lavandula stoechas subsp. luisieri), o rosmaninho-maior (Lavandula pedunculata), o rosmaninho‑verde (Lavandula viridis) e o tomilho bela-luz (Thymus mastichina).

O estudo teve como objetivo “caracterizar a composição química dos OEs das diferentes espécies de plantas, tendo em vista a avaliação das propriedades antioxidante, neuroprotetora, antitumoral, antimicrobiana, analgésica e anti‑inflamatória dos óleos essenciais mais promissores”.

Os resultados revelaram que existem “diferenças relevantes na composição química dos diferentes óleos essenciais com a espécie”, e que os “OEs em estudo apresentaram importantes propriedades antioxidantes, analgésicas e/ou anti-inflamatórias, com capacidade para inibir o stress oxidativo, responsável pelo envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares e degenerativas”.

Ainda segundo a academia, o estudo permitiu observar “um importante potencial de alguns OEs como antiproliferativos, para linhas celulares de cancro da mama, e/ou como antimicrobianos, para bactérias e fungos potencialmente patogénicos”.

Algumas plantas condimentares do Alentejo apresentaram também “um elevado potencial nutracêutico, com capacidade para prevenir várias patologias, demonstrando, assim, não só o potencial e importância destas espécies, como também a pertinência de estudos neste campo de atuação”, acrescenta a UÉ.

 

Fotografia de life.dn.pt