16 Novembro 2017      12:07

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BEJA: VIVER E TRABALHAR NO MUNICÍPIO "CERTO" POUPA 26 ANOS DE TRABALHO

Muitas famílias têm encontrado dificuldades na concretização do sonho de ter casa própria devido ao aumento dos preços no setor imobiliário nos últimos anos. Se os distritos do Interior se destacam pela positiva, exigindo a aquisição de habitação, em média, apenas 15 anos de trabalho, as realidades do Algarve (42 anos), Lisboa (36 anos) e Madeira (28 anos) deixam em evidência as disparidades entre os salários e o preço por m² médios em algumas regiões do nosso país.

Alertada pelo facto de, muito por consequência destas disparidades, 4 em cada 10 dos mais de 6.000 portugueses que entre março e agosto utilizaram o seu simulador gratuito de crédito à habitação terem obtido prestações demasiado elevadas para o seu orçamento mensal, a plataforma ComparaJá.pt procurou analisar qual o valor máximo de financiamento que um casal poderá solicitar para comprar casa em cada município de Portugal sem pressionar a sua taxa de esforço, indicador que visa evitar futuras situações de sobreendividamento.

As conclusões do estudo deste portal independente que disponibiliza ferramentas de comparação de produtos de crédito e pacotes de telecomunicações apontam para o facto de, em média, as famílias nacionais necessitarem de 25 anos de trabalho para conseguir comprar casa (exemplo de habitação com 120m²), sendo quatro dos quais correspondentes à poupança para a entrada inicial do empréstimo, caso dediquem a esta finalidade um terço do total dos seus rendimentos mensais.

“Com base nas perspetivas exploradas no estudo, seja pelo ajuste do valor do empréstimo ou do prazo do mesmo, os portugueses podem perceber como adequar o pedido de crédito à habitação às suas reais possibilidades financeiras por forma a não pressionarem a sua taxa de esforço acima do limite recomendável – cerca de um terço do rendimento mensal do agregado - e, consequentemente, evitar o incumprimento para com o banco”, explica Sérgio Pereira, fundador do ComparaJá.pt.

No quadro abaixo encontra-se o resumo dos dados a nível nacional, surgindo o distrito de Beja numa posição intermédia do ranking:

 

Quantos anos terá um casal de trabalhar para comprar casa em Beja?

Com o preço do m² médio mais elevado do distrito, e com um dos salários médios mais baixos, verifica-se que em Odemira, um casal que solicite um crédito à habitação a 30 anos só conseguirá adquirir um imóvel de 113 m².

Por outro lado, se esse mesmo casal habitasse e trabalhasse em Castro Verde, conseguiria adquirir um imóvel de 293 m2. Por último, um casal que habite e trabalhe em Beja, o concelho com mais população residente do distrito, conseguirá, considerando um financiamento máximo de 147.450€, adquirir um imóvel de 215 m2.

Devido a dados insuficientes, o município de Barrancos não foi contemplado na análise. Dados adicionais sobre a região de Beja, nomeadamente qual a dimensão máxima da habitação a que uma família-tipo poderá aspirar atendendo aos seus rendimentos, podem ser encontrados em https://www.comparaja.pt/credito-habitacao/estudo-taxa-esforco.

Comparação permite poupança de milhares de euros, explica especialista

“À semelhança do que devem fazer relativamente às opções de financiamento - comparando propostas de crédito à habitação de todo o mercado e não apenas do seu banco -, antes de tomar qualquer decisão, os consumidores têm de se informar em detalhe sobre as localizações mais competitivas para comprar casa, complementando as propostas apresentadas pelas agências imobiliárias com pesquisas nos vários portais online dedicados a este setor”, salienta o diretor geral da plataforma de comparação.

Sérgio Pereira conclui dizendo que “Aliando a escolha da zona mais competitiva a uma boa negociação das condições do seu empréstimo, os portugueses poderão poupar facilmente várias dezenas de milhar de euros”.

 

Nota de Análise: O estudo do ComparaJá.pt teve como base os dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao valor do salário médio por município e os dados do Barómetro Nacional de Imobiliário (SAPO) respeitantes ao preço do m² em cada um dos municípios no primeiro trimestre de 2017. A partir destes valores, a plataforma procedeu ao cálculo das mensalidades do crédito à habitação tendo em conta o spread mínimo médio atualmente praticado no mercado português, o qual ronda 1,75%.