17 Setembro 2020      09:12

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Bacia do Sado atravessa a maior seca desde que há memória

A Bacia do Sado está em risco de atravessar a maior seca já vista desde os anos 70 com árvores a morrer e animais em péssimas condições, de acordo com o jornal Público.

O diretor executivo da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (ARBCAS), Ilídio Martins, explicou que “está tudo seco!”, acrescentando que “atingimos um limite que nunca foi atingido” no stress hídrico desde que há memória.

Ainda de acordo com o responsável, a falta de recursos hídricos levou a que fosse necessário suspender o fornecimento de água a cerca de 3700 hectares de cultivo, afetando 180 explorações agrícolas que ficaram sem rega, além de deixar “mais de 200 famílias sem rendimentos já há dois anos”.

Ilídio Martins contou também ao Público que a reserva de água que resta na barragem do Monte da Rocha, no concelho de Ourique, é de apenas nove milhões, mas a sua capacidade máxima é de 104,5 milhões de metros cúbicos. Tal significa que, atualmente, a barragem apenas comporta 9,1% do que podia comportar.

Assim, os concelhos abrangidos pela barragem (Santiago do Cacém, Ourique, Almodôvar, Castro Verde e parte de Odemira) podem apenas garantir abastecimento público às suas populações nos próximos dois anos, se o cenário assim se mantiver.

O responsável da ARBCAS lamentou ainda que “não há uma linha de água que apresente caudal. E até as charcas, a última barreira na resistência à seca, estão na sua esmagadora maioria sem qualquer armazenamento”.

 

Fotografia de ambientemagazine.com