14 Abril 2020      10:48

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Apicultores alentejanos "caçam" vespa asiática com vinho e cerveja

A Associação de Apicultores do Concelho de Mora está preocupada com a progressão da Vespa Asiática no território alentejano e dos seus ataques aos apiários e resolveu ripostar com uma campanha de montagem de armadilhas, para retardar a progressão deste insecto predador.

Para o efeito propõe armadilhas com recurso a garrafões de plástico, com aberturas que permitem a entrada da vespa, mas que impedem a sua saída, tal como as usadas  para apanhar a mosca mediterrânica nas oliveiras e nas laranjeiras. Já o isco é curioso. Os apicultores sugerem cerveja preta, vinho branco, groselha, açucar e até fermento de padeiro. Uma das sugestões implica a mistura em partes iguais de cerveja preta, vinho branco e groselha ou mistura de açucar, cerveja preta, fermento de padeiro e água.

A vespa asiática – ou velutina - tem 5 vezes mais veneno do que uma vespa normal, propaga-se com muita facilidade, e representa uma ameaça para os apicultores por ser predadora, matando os enxames de abelhas comuns e impedindo a polinização e a produção de mel, mas é também uma ameaça para a saúde pública, pois são muito agressivas, sendo capazes de fazer perseguições superiores a uma centena de metros e 20 a 25 picadas desta espécie são suficientes para matar um adulto saudável e não alérgico.

O primeiro registo da presença desta vespa em Portugal data de 2011, em Viana do Castelo, e, um ano depois, eram já cerca de 60 os ninhos confirmados no Alto Minho. No final de 2015 havia registo de 1215 vespeiros, espalhados por Braga e Vila Real e, posteriormente, houve registos desta vespa no Porto (já são pelo menos oito centenas), Coimbra, Aveiro, Guarda, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Viseu, no Alentejo (sobretudo em Gavião, Portalegre) e no Algarve.