29 Junho 2020      09:57

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Termas Romanas de Évora ganham “nova sala” e centro interpretativo

Escavações recentes descobriram “uma nova sala” nas Termas Romanas de Évora, o que “altera com uma grande percentagem a interpretação que se tem feito” do local, revelou o arqueólogo coordenador, José Rui Santos, à agência Lusa.

O novo espaço pensa-se ter sido “frigidarium (zona de banhos frios)”, que completa “um ritual de passagem. Ou seja, inicia-se nos banhos frios e, gradualmente, vai-se para os banhos quentes, de vapor e de alta temperatura e foi esse ponto importante que acrescentámos agora”, salientou o arqueólogo. Durante estas escavações foram também encontradas “estratigrafias e espólios arqueológicos móveis”, que fornecem “boas informações” sobre “o revestimento das salas, todas em mármore, e a cerâmica, que veio da península Itálica”.

Para José Rui Santos, as termas romanas são “o sítio arqueológico mais importante do centro histórico de Évora”, uma vez que, “dos que estão visíveis” na cidade, este tem “grande destaque”.

Em declarações também à Lusa, o vereador da Câmara de Évora com o pelouro da Cultura, Eduardo Luciano, divulgou que o município se encontra a preparar um projeto que irá permitir “criar um centro interpretativo” deste sítio arqueológico. De acordo com o autarca, “o projeto final será o de tornar o espaço visitável com informação que permita interpretar aquilo que se passava nas termas”.

De acordo com a autarquia, os vestígios agora encontrados “atestam várias reestruturações do edifício termal, espaçadas em cronologias que vão do século I d.C. (data fundacional) até ao século IV, em contexto de ocupação romana”. Atualmente em estudo, o espólio recolhido ficará em depósito na Reserva Arqueológica Municipal, tendo sido iniciadas diligências para o seu registo digital e musealização.

Recorde-se que as escavações arqueológicas nas Termas Romanas de Évora começaram em setembro de 2019, sob a direção científica de técnicos municipais e da Direção Regional de Cultura do Alentejo.