9 Julho 2020      10:54

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Sines é um bom exemplo na transição energética

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, considera a reconversão da central termoelétrica de Sines como um exemplo a seguir, olhando para Portugal como um dos primeiros Estados-membro da União Europeia (juntamente com a Holanda e a Alemanha) a apresentar uma Estratégia Nacional para o Hidrogénio.

Na passada quarta-feira, a Comissão Europeia apresentou um novo elemento do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal): a estratégia europeia de integração do setor energético e a estratégia da União Europeia para o hidrogénio, ambas com o objetivo de tornar o bloco europeu neutro em carbono até 2050.

Em declarações ao jornal Público, o responsável pela pasta do Clima indicou que “a estratégia do Governo de Portugal para o hidrogénio verde parece-me extremamente positiva. O plano que vi é audacioso e orientado para o futuro”, referindo-se à proposta de Portugal, que pretende chegar aos 2 gigawatts (GW) de capacidade instalada de eletrolisadores em 2030.

Quando questionado sobre se o projeto de Sines poderá ser candidato ao financiamento do Fundo de Transição Justa, Timmersman defendeu que é “um bom exemplo”, e que “o fundo é uma oportunidade para que regiões como Sines, que precisa de se reconverter do carvão, possa beneficiar da infraestrutura existente para entrar na economia do hidrogénio”.

Assim, a nova estratégia da Comissão Europeia passa por promover a integração do hidrogénio num sistema global de energia mais eficiente e circular, através do seu armazenamento e distribuição para o uso “doméstico”, industrial e no sector dos transportes. Para isso, prevê-se a instalação de eletrolisadores de 6 GW nos próximos quatro anos para aumentar em seis vezes a capacidade de produzir hidrogénio renovável até 2024, reduzindo os custos do combustível e a emissão de CO2 em comparação com o hidrogénio de origem fóssil.

Bruxelas lançou ainda uma nova Aliança Europeia para o Hidrogénio Limpo para se criarem condições para o aumento da procura. A esta aliança irão juntar-se as autoridades nacionais, os representantes da indústria e da sociedade civil e o setor financeiro (através do Banco Europeu de Investimento), para que se permita avaliar os melhores projetos e identificar as oportunidades de investimento.