O ramal ferroviário de acesso ao complexo petroquímico da Repsol em Sines vai ser reabilitado, num investimento de cerca de seis milhões de euros, anunciou a Infraestruturas de Portugal (IP).
De acordo com a agência Lusa, a realização da intervenção, que deverá estar concretizada até 2024, foi oficializada com a celebração de um protocolo entre a IP e a Repsol, na passada quarta-feira.
Segundo informação divulgada pela IP, está prevista a reabilitação do ramal de Sines e do ramal do complexo petroquímico, permitindo a ligação das instalações da Repsol à Rede Ferroviária Nacional, tanto para Espanha como para o Terminal XXI.
Com um investimento estimado em seis milhões de euros, prevê-se a renovação integral da “superestrutura de via, num troço com cerca de sete quilómetros, a construção de uma nova concordância com cerca de um quilómetro e respetiva eletrificação e a instalação de sistemas de sinalização eletrónica e de telecomunicações”.
“O investimento efetuado pela IP será totalmente amortizado pelo pagamento da taxa de uso associado aos comboios de e para as instalações da Repsol”, é referido no comunicado da IP.
A realização da obra surge numa altura em que a Repsol irá proceder a uma ampliação da sua unidade industrial em Sines, criando duas novas fábricas de polímeros, num investimento de cerca de 650 milhões de euros.
Em causa está um projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN), com a construção prevista para arrancar este ano e terminar em 2025.
A IP destaca que “com a construção destas duas novas unidades está previsto um aumento da produção destinada à exportação para mais do triplo do atual”, assumindo a ferrovia “um papel preponderante nesse transporte, estimando-se um tráfego de oito comboios por semana para Espanha e de quatro comboios por semana para o Terminal XXI do Porto de Sines”.
Além disso, “o investimento em curso no Corredor Internacional Sul teve um papel muitíssimo relevante na decisão da Repsol, dado o peso das exportações para Espanha destas duas novas fábricas”, é sublinhado na nota.
Recorde-se que, no início de julho, em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, estimou que, “em momento de cruzeiro, o impacto direto do projeto [ampliação do complexo da Repsol] na balança comercial de bens poderá andar muito próximo dos 800 milhões de euros”.
O secretário de Estado apontou ainda a criação prevista com o projeto de 75 novos empregos permanentes, a que acrescem, durante a fase de construção, uma média de 550 postos de trabalho, que poderão chegar a um pico de mais de 1 000 pessoas.
Fotografia de sines.repsol.pt