1 Julho 2020      14:07

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Elvas deposita “fé” em espanhóis para animar comércio e restauração

Os empresários de Elvas, nomeadamente do setor da restauração, aclamam a reabertura da fronteira do Caia, na esperança de recuperarem os prejuízos provocados pela ausência de espanhóis desde o dia 16 de março, aquando do confinamento.

A restauração aponta uma quebra de 75%, enquanto o setor do comércio se debate com dias de crise. José Martins, guia turístico, habituado aos clientes espanhóis, afirma que “agora está assim, mas isto vai-se compor, a pouco e pouco. A economia tem que andar para a frente”, estimando ainda uma quebra de 70% na procura.

Já Ruy Andrade, proprietário do restaurante “Acontece”, indica que este valor não está longe do que foi apurado pela sua contabilista. Em declarações à TSF, o proprietário adianta que a contabilista “fez esse apanhado durante estes dois meses e chegou à quebra de 75%”, atribuída à ausência de espanhóis. Para o empresário, a abertura da fronteira traduz-se em “sinais de esperança” que, mesmo com a limitação de lugares no restaurante, já tem reservas de clientes espanhóis para este fim de semana.

Este otimismo também é vivido pelo comerciante Eurico Santana, dono da Casa Guadiana. O empresário admite que nunca tinha conhecido uma crise tão grande, virando-se até para as “vendas digitais”. Considera que será difícil contornar os prejuízos provocados pela ausência de espanhóis, mas tem “fé” para este verão.

Vicência Carapinha, dona de uma loja de loiça, partilha da mesma opinião, afirmando que “os espanhóis representam mais de 50% das minhas vendas. Sem eles isto fica muito complicado”. A proprietária diz ainda depositar “boas perspetivas para os próximos tempos”.

Recorde-se que o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, reconhecia a abertura das fronteiras como uma prioridade, chegando a admitir que, sem espanhóis, Elvas “perde as dinâmicas empresariais”.