20 Abril 2015      14:06

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VISÕES

Faz hoje uma semana que surgiu uma reportagem que denunciou claramente o actual estado dos hospitais públicos em Portugal.

A todas as histórias que já tinham vindo a público, foi dado um rosto e uma imagem chocante do estado em que os doentes são colocados nas urgências e do desespero de médicos e enfermeiros que estão no limite das suas capacidades, num esforço sobre-humano para conseguir chegar a todos os que precisam de ajuda.

O que vimos foi o estado real da saúde no nosso País comparado com as imagens que aparecem aquando de visitas oficiais das televisões.

Neste momento estão pessoas em risco de vida em virtude da falta de recursos humanos que possam assegurar um atendimento atempado.

Neste momento há profissionais de saúde à beira do esgotamento, a passar dias e dias seguidos sem dormir em prole dos cuidados que juraram prestar.

Perante a verdadeira realidade, qual a resposta do Governo? – “O que nós vimos foram pessoas bem instaladas”.

Provavelmente terá existido alguma troca de reportagens e o que o Governo viu foi alguma reportagem de alguma visita muito bem preparada de membros de estado e televisões.

Só assim se justifica tal afirmação tão desfasada da realidade.

Se para este Governo a definição de pessoas bem-instaladas passa por um número sem fim de pessoas aglomeradas em macas sem saber quando serão atendidas ou sequer se chegarão a sê-lo dado que, na triagem necessariamente feita à pressa, nem sempre se detectam situações a necessitar de uma intervenção urgente.

Mesmo nas situações em que estes casos são detectados “a priori” e tal como foi dito na reportagem, temos médicos e enfermeiros forçados a optar entre pacientes por não terem mãos que cheguem para acudir todos ao mesmo tempo.

Assim morrem pessoas nos nossos hospitais sem que muitas vezes se perceba como. Este é o resultado de se colocar gestores em lugares onde deveriam estar médicos com a experiência necessária para saber decidir o que é prioritário para além de cortes cegos.

Tal como partilhei aqui há semanas, este Governo mata! Mas o pior é que se recusa a reconhecer que o faz, tapando o sol com a peneira na esperança que os portugueses se esqueçam da imagem da realidade.

Este é o estado a que o Estado deixou chegar a saúde, permitindo que os seus contribuintes esperem horas intermináveis e, muitas vezes até à morte por alguém que os atenda num serviço que pagam com os seus próprios impostos.

Se o Governo está confortavelmente instalado com esta situação, os portugueses não!