11 Maio 2015      11:41

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UM QUOTIDIANO UM POUCO DIFERENTE...

O dia começa cedo, como o de qualquer pessoa. Diriges-te à escola, ao trabalho ou ao centro de emprego mais próximo, mas já com a agenda estudada e previamente preparada para que, durante o dia, entre estudos, procura de emprego ou tarefas laborais, seja possível enviar convocatórias, preparar actividades, marcar reuniões e tirar dúvidas a eventuais interessados que vão surgindo.

Ao longo do dia, a atenção às notícias nacionais e locais é constante, uma vez que, na defesa dos interesses dos que representamos nada pode falhar.

Entretanto o telefonema de um amigo. Quer marcar alguma coisa para o próximo fim-de-semana. Um pouco sem jeito dizes que não podes porque já tens uma actividade política marcada à qual não podes faltar.

O amigo compreende, mas faz notar que a tua falta é sentida.

Chega Sábado e o dia começa novamente cedo, geralmente com alguns quilómetros a percorrer entre concelhos e distritos.

Pelo meio um olhar reprovador a que já estás habituado. Ao fim e ao cabo já sabes que, embora sejas feliz a fazer e a participar neste tipo de iniciativas, nunca serás olhado com o mesmo orgulho que outros membros da família noutras áreas que não a política.

Engoles em seco e fazes-te à estrada pois, no fim de contas, o trabalho e as pessoas não podem esperar.

É certo que gostavas de ter um pouco de compreensão por parte de quem está mais próximo. Gostavas de ver o brilho nos olhos ao falar e a aprovação das tuas decisões, mas tal não acontece…

No caminho discutem-se os últimos pormenores da reunião ou da actividade e os próximos campos da agenda. Esta actividade já está preparada pelo que há que seguir rapidamente para a preparação da próxima.

Terminada a actividade, tempo de conversa com alguns amigos que aproveitam para perguntar quando lhes arranjas um “tacho”.

Mais uma vez a desconsideração e o efeito “paga o justo pelo pecador”. Mais um engolir em seco e o avançar para o convívio e o aproveitar o tempo que tens com aqueles que são importantes para ti, incentivando e compreendendo os seus projectos de futuro.

O dia termina com o regresso a casa.

Esta semana tens pelo menos um dia para descansar e recuperar forças para mais uma semana que se avizinha.

No regresso a casa nem uma pergunta ou manifestação de interesse pela actividade desenvolvida…apenas mais um olhar reprovador.

Abres o computador e partilhas as últimas notícias relacionadas com a actividade que ajudaste a organizar.

Fechas o computador e vais descansar, não sem antes dares uma vista de olhos ao calendário para veres o que te espera.

Por vezes cansa. Por vezes é solitário. Por vezes a falta de força para continuar quase que se aproxima.

Mas respiras fundo e continuas.

Há valores e interesses pelos quais valerá sempre a lutar e, no fundo, se não acreditares em ti, como farás com que os outros acreditem?