10 Maio 2015      12:07

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A SOCIAL DEMOCRACIA NO ALENTEJO

Quem é Social Democrata, Democrata Cristão ou quem defende apenas alguns dos seus valores no Alentejo, arrisca a ser alvo de grandes preconceitos ideológicos, isto em pleno Séc. XXI e 41 anos após o 25 de Abril il os apmocrata Crist. Existe ainda por parte de alguns sectores a tentativa frustrada de conotar tal liberdade de pensamento político ao fascismo, por exemplo.

Os meus valores políticos situam-se na Justiça Social, Solidariedade e na iniciativa privada. Acredito na liberdade e no mérito individual. Logo, revejo-me na índole Social Democrata.

Em 1978 num Congresso do PSD, o Dr. Francisco Sá Carneiro disse que o  PPD/PSD não era um Partido de Direita. Hoje, é certo que é o Partido que tem uma maior liberdade ideológica e democrática comparativamente a todos os outros, pois tem militantes desde o Centro-Esquerda até ao Centro-Direita. (Relembremos a liberdade de voto na votação da coadopção)

Não tenho problema algum em me afirmar publicamente como Social Democrata e defender este Governo, mesmo que muitas vezes já tenha considerado incorretas, e por isso contestado nos locais próprios, algumas medidas ou políticas que o mesmo tomou. Tais convicções e afirmações já me levaram várias vezes a ser confrontado e acusado seja pelo Executivo CDU de Vila Viçosa, seja por pessoas intelectualmente formadas ou não e até ligadas à docência universitária como um jovem ligada a um partido político de Direita, neoliberal, elitista, sem expressão política na região e explorador do povo (expressão última que muito gostam de enfatizar).

Eu sei... Estamos em 2015 e ainda se mantém esta “cassete” nas mentes mais retrógradas, mais ultrapassadas, mas também mais limitadas.                            

Por exemplo, sou criticado constantemente pela maioria Comunista de Vila Viçosa por defender um Partido  que, segundo eles, é a favor da elitização do Ensino Superior. No meu percurso académico tentei ao máximo defender e representar todos os Estudantes, especialmente Aqueles com carências financeiras para continuarem os seus estudos, através de propostas coerentes e de actividades que conseguissem abranger o maior número de Alunos. Sim, porque não é muito o meu estilo passar a minha vida associativa em manifestações, a pintar paredes, a fechar a Universidade, nem com megafones em cima das mesas a gritar “Revolução!”, como aconteceu algumas vezes. Sem efeito algum, diga-se de passagem.

Sou neste momento das vozes mais activas no meu Concelho contra o actual e vergonhoso regulamento municipal de bolsas de estudo que o Executivo CDU fez aprovar em Assembleia, em que votei obviamente contra.                                                                       

Este novo regulamento impedirá no próximo ano lectivo, caso não seja alterado, qualquer Estudante do Concelho de Vila Viçosa no Ensino Superior de concorrer logo à partida à bolsa, caso qualquer elemento do seu agregado familiar do Aluno, tenha um Bem Imobiliário. Basta esse mesmo Imóvel estar avaliado em 1€, UM EURO! Ou até mesmo se algum elemento do agregado tiver contraído um empréstimo ao banco para ir pagando esse mesmo imóvel para viver (o que é perfeitamente normal nos dias que correm). Segundo o Executivo CDU os exemplos acima mencionados são motivos de ostentação de riqueza. Sim, o tal Executivo que me acusa a mim e todos que partilham dos mesmos ideais que eu, de querer elitizar o Ensino Superior e de sermos os verdadeiros exploradores do povo.

Das dezenas de questões e propostas que já coloquei seja como Deputado Municipal ou como Munícipe nas Assembleias Municipais de Vila Viçosa (sim porque as reuniões de Câmara são fechadas ao público), nem uma resposta directa obtive do executivo, fosse que tema fosse: desde o Portugal 2020 até às Políticas de Juventude.  Em vez de me responderam às questões colocadas, continuei claro a ser insultado. Desde elitista, neo-liberal e até anti-democrata.

Para não falar da perseguição política, mas aí penso que o meu colega cronista do Tribuna do Alentejo, João Pereirinha, foi bastante assertivo e disse tudo na crónica “25 de Abril: Liberdade e Liberdades!”.     Desculpem a personalização, mas o objectivo desta crónica é esmiuçar o preconceito existente no Alentejo sobre aqueles que acusam quem “sai da caixa ideológica”, quando na prática são essas mesmas pessoas que limitam a própria Democracia, da qual se acham donos.

No entanto tais  sapiências da Democracia Portuguesa esquecem que só no Distrito de Évora, o PSD foi a segunda força política mais votada, ficando com mais de 4000 votos de diferença à frente do PCP e quase que alcançou um histórico 1º lugar nas Legislativas de 2011. Em Vila Viçosa ficou mesmo em 1º lugar com praticamente o dobro dos votos do PCP. Portanto se não me respeitam, pelo menos respeitem as milhares de pessoas que quando chegou a hora de colocar a cruz, confiaram na Social Democracia, optando pelo fim do tempo do “É tudo à grande!” e não confiando em Partidos do “contra” como o PCP-PEV,

Depois de deixar claro a realidade democrática que se vive em Vila Viçosa mas que se espelha muito noutros concelhos da região Alentejana com assento Comunista, deixo o seguinte apelo:

-VOTEM! Houve 41% de Cidadãos que se abstiverem nas Legislativas de 2011 no Distrito de Évora. Porque não nos esforçarmos a baixar tamanha abstenção nas Legislativas de 2015?

- Não deixem que os outros decidam por vocês!

-Não deixem que vos formatem!

-Não deixem que pessoas como as que acima referi liderem os destinos dos vossos Concelhos e do vosso País!

-Consultem os dados económicos e sociais em 2011 e comparem-nos com 2015, buscando perceber o motivo para tais alterações!

- Consultem o motivo que levou a troika a chegar a Portugal e a dificuldade que foi a mesma ter saído do País!

- Informem-se!        

Finalizo, então, com uma frase conhecida do Filósofo Grego Platão:

“O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior”.