1 Outubro 2015      17:29

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SÉRGIO GONÇALVES

TRIBUNA ALENTEJO (TA) - Porque é que se candidata à Assembleia da República?

Sérgio Gonçalves (SG) - Candidato-me a A.R. porque acredito que temos, cada um de nós, de assumir as nossas responsabilidades, Portugal tem que ser um país viável para os nossos filhos, onde todos tenham iguais oportunidades de escolher o seu caminho, onde o mérito não esta no nome ou na influencia dos pais. Estamos num momento chave na nossa história, é agora que temos que fazer a diferença… Acredito que posso contribuir para o futuro coletivo.

 

TA - Que diferenças existem entre esta candidatura e as restantes?

SG - A principal diferença é que o AGIR não está aqui para dividir, mas antes para somar, não estamos aqui para sermos apenas um partido de protesto, ou para servir de muleta governativa aos mesmos de sempre. A candidatura do AGIR esta aqui para dar a palavra aqueles que tem sido sistematicamente arredados do processo de decisão. Somos diferentes porque acreditamos que a democracia mais que participativa, pode ser participada, mais do que chamar os cidadãos de 4 em 4 anos as urnas, estamos aqui para fazer com que o povo possa ser ouvido na A.R.

 

TA - No seu entender, quais são os pontos fortes do Alentejo?

SG - O Alentejo tem um potencial humano e territorial enorme, os saberes acumulados, a capacidade de iniciativa das suas gentes, são a principal força desta região. O turismo, as industriais agroalimentares, o polo universitário e as indústrias tradicionais podem seguramente mudar o paradigma da região.

 

TA - E os fracos?

SG - Muitas vezes os pontos fracos prendem-se com o acreditar que estamos numa reunião condenada ao empobrecimento e a desertificação, o que, não raras vezes também faz com que não se criem condições para o associativismo… Sozinhos conseguimos muito, mas unidos vamos mais longe.

 

TA - Ainda se justifica utilizar os termos “esquerda” e “direita” em política?

SG - O AGIR desde sempre diz que já não faz sentido falar em “esquerda” nem “direita”… primeiro porque já não existe purismo ideológico nos tradicionais partidos que “representam” essa ideia. Em segundo porque estamos num impasse histórico, o cidadão comum começa a acordar e a ver que uma minoria que gere o país não tem beneficiado as populações, mas sim os interesses instalados. Não são os políticos que são corruptos, é o sistema que já está corrompido e que necessita mudar de paradigma.

 

TA - Portugal virado para a Europa e para a União Europeia, ou não?

SG - Sim, Portugal na União Europeia e virado para a europa, sou europeísta por convicção, pelo sonho do que é a europa unida, pelo sonho de Schumman… Pela Europa que teve políticos como Willy Brandt, Olov Palme… Pelo sonho de uma europa com grandes estadistas que viam o projeto europeu como um projeto de coesão económica entre países mais ricos e países mais pobres, onde se procuraria o equilíbrio e paz social.

 

TA - Regionalização: sim ou não?

SG - Sim, a regionalização é uma maneira de descentralizar o poder instalado em Lisboa, é a forma de aproximar a decisão das populações. Na política, embora muitos se esqueçam, a proximidade é a única forma de garantir a satisfação das necessidades das populações… Se me pergunta Regionalização? A resposta é sim, se me pergunta se devem os municípios e as freguesias receber mais atribuições (e os meios para o efeito) sem sobre de dúvida.

 

TA - Se pudesse fazer um só projeto pelo seu círculo eleitoral, qual seria?

SG - Para mim, para além de outras infraestruturas de grande importância, a saúde é uma das maiores preocupações, creio que de só pudesse fazer um projeto pelo meu círculo eleitoral esse projeto passaria por bater-me pela dotação do Hospital Distrital de mais meios… quer materiais, quer humanos. Nenhuma civilização pode avançar se não puder cuidar dos mais desprotegidos (os mais novos e os mais velhos), particularmente porque os mais novos são o futuro e os mais velhos a tradição do saber.

 

TA - Como vê o Alentejo em 2020?

SG - Sou um otimista por natureza, e creio que o Alentejo tem uma oportunidade sem igual de mudar o seu futuro, temos o Alqueva, temos o litoral Alentejano, temos a mais bem preparada geração de Portugueses. Se todos fizermos o possível vamos conseguir o impossível. Podemos afirmar a região como porta de entrada na europa, uma verdadeira fronteira atlântica, o Alentejo em 2020 pode voltar a crescer em termos de população, em termos de PIB per capita. Em 2020 o Alentejo pode ser uma região sustentável em termos económicos, com um forte cluster do sector das carnes (raças alentejanas de gado). Vejo o Alentejo a contribuir positivamente para a criação de riqueza nacional.