20 Agosto 2015      15:49

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OS CIGARROS NÃO SÃO TODOS IGUAIS

Foi esta a conclusão a que chegou a Public Health England (PHE) - equivalente em Portugal à Direção-Geral de Saúde -que assumiu publicamente, esta quarta-feira, e pela primeira vez, que os cigarros eletrónicos são menos prejudiciais à saúde que os tradicionais. 

A defesa consta de um estudo independente supervisionado pela PHE e liderado pelos professores Ann McNeill do King’s College London e Peter Hajek do Queen Mary University of London e que pode ser consultado online, através do site oficial da entidade governamental. 
  
Basicamente, três pontos essenciais são destacados pela PHE neste estudo: os cigarros eletrónicos são 95% menos prejudiciais que o fumar tradicional; cerca de metade da população não sabe que os cigarros eletrónicos são menos prejudiciais que os tradicionais; não há provas até ao momento de que os cigarros eletrónicos possam potenciar o ato de fumar entre as crianças e os adultos não fumadores. 
  
A entidade pública de saúde acredita mesmo que o consumo de cigarros eletrónicos pode levar ao fim do consumo do tabaco tradicional, apesar de admitir que não estão livres de riscos. 
  
A PHE quer, por isso, ver este mercado regulamentado e licenciado de modo que possa chegar ao serviço nacional de saúde, como alternativa de tratamento aos produtos já existentes no mercado, como pastilhas e pensos de nicotina. 
  
A diretora clínica do governo britânico, Dame Sally Davies, ainda assim, alerta para o facto de “não haver provas suficientes sobre o uso a longo prazo dos cigarros eletrónicos” e que estes devem ser vistos apenas como uma ajuda aos fumadores que querem deixar o hábito. 
  
“Quero ver estes produtos licenciados no mercado. Isto garantiria segurança, qualidade e eficácia aos consumidores que querem usar estes produtos como meios para deixarem de fumar, especialmente no que respeita aos sabores usados, que é onde temos menos informação sobre os riscos de inalação”, afirmou, citada pelo "The Guardian". 
  
A este respeito dos “sabores”, um outro estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, alertou para um composto chave dos cigarros eletrónicos e dos chamados cigarros “light”, a pirazina, que potencia a adição
  
A Agência Reguladora dos Produtos Médicos e de Saúde britânica trabalha há mais de dois anos para o licenciamento dos cigarros eletrónicos, o que tem motivado as queixas dos fabricantes, que alegam enormes custos associados ao processo. 
  
A PHE defende, igualmente, a monitorização do mercado de cigarros eletrónicos, particularmente dos fabricantes associados às grandes tabaqueiras. 

 

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