Há 22 anos o primeiro satélite português entrou em órbita.
O PoSAT-1 custou cerca de 5 milhões de euros e, quer o projeto, quer a sua construção foram liderados pelo Professor Fernando Carvalho Rodrigues.
Eram cerca das 2:45h, hora de Lisboa, quando, a 26 de setembro o PoSAT-1 entrou em órbita. Chegou ao espaço à boleia do foguetão Ariane 4, num lançamento realizado no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa.
O PoSAT-1 é um microssatélite, pesa 50 quilos. Foi desenvolvido através de uma parceria que envolvia universidades, empresas portuguesas e estrangeiras com atividade em Portugal - INETI, EFACEC, ALCATEL, MARCONI, OGMA, UBI e CEDINTEC. Foi construído na Universidade de Surrey, na Inglaterra.
O facto deste satélite se ter tornado uma realidade, em muito se deve à perseverança e trabalho do Professor Fernando Carvalho Rodrigues – Licenciado em Ótica e Óticaeletrónica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, doutorado em Engenharia Eletrotécnica pela Universidade de Liverpool e professor do departamento de Física no Instituto Superior Técnico (IST) em Lisboa e diretor do Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI). Trabalhou com inúmeras instituições como a NATO, a Marinha do Tejo ou Grupo EuroDefense. Recentemente juntou-se ao IADE-U Creative University; detém 5 patentes, e venceu diversos prémios nacionais e internacionais como o Prémio Pfizer, o Prémio Gulbenkian para a Ciência e a Tecnologia, o prémio Lavoisier, Cientista do ano (1993), o prémio de Distinção de Serviço da AFCEA e o prémio CARREIRA da ANO (Associação Nacional dos Óticos).
O PoSAT-1 tinha como objetivos preparar a participação das empresas industriais portuguesas nos mercados e programas espaciais internacionais, treinar engenheiros industriais nas tecnologias espaciais, demonstrar que pequenos satélites, em órbita baixa, podem prestar alguns serviços e incentivar mais atividades científicas e tecnológicas baseadas nos sistemas e instrumentos do satélite.
O PoSAT-1 era uma caixa em forma de paralelepípedo, 35 cm por 35 cm de lado e 58 cm de comprimento, feita em alumínio. Além das necessárias baterias e placas eletrónicas, sensores de altitude e mastro de estabilização, o PoSAT tinha ainda quatro painéis solares que eram a fonte de energia.
A sua órbita era quase-circular, em torno do sol e a cerca de 790 km de altura.
A morte física do PoSAT-1 prevê-se para 2043, mas em 2006 deixou de comunicar com o Centro de Satélites de Sintra, encontrando-se à deriva numa órbita descendente.
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