15 Novembro 2015      12:05

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MAS AFINAL O QUE É A RADIOACTIVIDADE?

Todos os objectos à nossa volta são constituídos por pequenas partículas a que os químicos chamam átomos.

A palavra átomo surgiu há mais de 2500 anos com Demócrito e de lá para cá só ficou mesmo o seu nome. A palavra átomo deriva de uma palavra latina que significa indivisível.

Hoje sabemos que o átomo está muito longe de ser indivisível (numa central nuclear o que se está a fazer é a “partir” átomos). Vejamos um pouco e de forma muito simplificada o que se sabemos acerca dos átomos.

O átomo é essencialmente espaço vazio. Se assim não o fosse, a nossa mão (assumindo que era constituída pelos átomos como hoje o são) seria suficientemente grande para agarrar a Terra (se esta fosse assumida como sendo constituída por átomos sem espaço vazio)! A zona central do átomo, onde reside praticamente toda a sua massa, é designada por núcleo (ou núcleo atómico). O núcleo é constituído por protões (partículas com uma propriedade a que os físicos designaram de carga eléctrica positiva) e por neutrões, partículas sem carga eléctrica, e ligeiramente mais pesadas do que os protões. Em torno do núcleo move-se incessantemente em todas as direcções uma partícula com massa 2000 vezes mais pequena do que as partículas que constituem o núcleo – Estou obviamente a referir-me ao electrão, com carga eléctrica negativa e que foi descoberta apenas há 118 anos (por J.J. Thomson).

Centremos novamente a nossa atenção no núcleo: nem todas as combinações de neutrões e protões formam um núcleo estável. O factor principal que determina se um núcleo é estável é a razão neutrão-protão. Em geral, núcleos leves (massa atómicas inferior a 20) contêm aproximadamente um número igual de protões e neutrões, enquanto que em núcleos pesados a proporção de neutrões se torna progressivamente maior. Assim sendo, a chave da radioactividade está nos núcleos pesados.

A radioactividade não é mais do que a energia que os núcleos dos átomos libertam ao desintegrarem-se para obterem configurações energéticas mas estáveis.

Os núcleos estáveis estão numa região conhecida como faixa ou zona de estabilidade (razao neutrão-protão igual a um). A maioria dos núcleos radioactivos situam-se fora desta zona. Assim sendo, a radioactividade pode definir-se como sendo uma transformação espontânea de certos isótopos de elementos químicos noutras espécies, de forma que estas se tornem estáveis. Nesse processo, pode haver libertação de partículas alfa (núcleos de hélio), partículas beta (electrões altamente energéticos) ou radiação gama (fotões altamente energéticos).

No processo acima referido liberta-se energia.

Quando no dia-a-dia ouvimos falar em radioactividade associamos imediatamente a Chernobyl e aos perigos inerentes à mesma (leucemias, deformações genéticas, etc).

 

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