6 Agosto 2015      11:04

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LITERACIA FINANCEIRA – O INÍCIO …

Há cerca de três anos lançava para o mercado um livro meu sobre educação financeira. O título do livro é "No Poupar é que Está o Ganho!". É um dos casos em que o título diz tudo!

O livro começa assim:

Será que afinal é possível chegar ao fim do mês com algum dinheiro na carteira? E onde é que posso cortar nos meus gastos para que isso aconteça? E será que consigo inves­tir com pouco dinheiro? Conseguirei guardar alguma coisa para receber na altura da reforma? E os meus filhos preci­sarão de saber que passamos por uma crise? Como é que eles me podem ajudar nos meus problemas? E eu, como os posso ajudar perante tanta incerteza futura? E se ficar doen­te ou desempregado, consigo manter o meu nível de vida?

Levante o braço quem nunca colocou uma destas questões, ao longo dos últimos anos. O senhor aí ao fundo que levantou o braço está dispensado, pode sair. E volte daqui a 7 semanas. Porque este é o número de crónicas que vão ser dedicadas à literacia financeira (ou educação financeira, se assim o preferir). Porquê 7? Porque é o número da sorte e, quem ler as 7 crónicas, vai ficar rico…

Pronto, não acredite nesta última parte… Aliás, não vale a pena vir pedir-me para o ensinar a ser rico pois se eu não sou rico… não lhe consigo ensinar! Mas há uma coisa em que lhe posso ajudar: a poupar. E é isso que me proponho a fazer nas próximas crónicas.

Os últimos anos em Portugal têm sido difíceis para muitas pessoas: perda de salário para muitos, perda de emprego para tantos outros, fim dos benefícios sociais, aumentos de preços em bens ou serviços essenciais, impostos e impostos e impostos, contas para pagar… e provavelmente conseguirá encontrar algum motivo mais para tirar o sorriso da cara a qualquer pessoa. Com todas estas dificuldades, muitas famílias deixaram de conseguir pagar os seus empréstimos e, infelizmente, em muitos casos isso significa também deixar de pagar o crédito à habitação, com as consequências que se sabem. E isto é claramente trágico.

Mas agora desculpem-me a franqueza: algumas destas tragédias podiam ser evitadas se as pessoas tivessem um pouco mais de conhecimentos financeiros. Não! Eu não venho dizer que os Portugueses vivem acima das suas capacidades… mas alguns portugueses sim (atente que em primeiro lugar escrevi com “P” e em segundo com “p”). E também não venho dizer que a solução é os Portugueses emigrarem (eu ainda estou cá…). Já agora, também não digo que deve deixar de fazer as coisas de que gosta! Porque o que pretendo ajudar é a poupar exatamente para isso: para poder fazer algumas dessas coisas.

Quando falo destes temas com algumas pessoas (principalmente alunos), tenho sempre respostas engraçadas do género: “Sabe qual é a forma de poupar? Não comprar o seu livro”. A minha resposta é sempre a mesma: “Garanto que se comprar o livro e seguir algumas das recomendações que lá estão, rapidamente poupa o valor do livro”.

Durante as próximas crónicas não me comprometo a que consiga poupar milhares de euros. Provavelmente nem centenas. Apenas quero alertar para alguns problemas que existem e ainda dar algumas soluções. Por isso, se encontrar o senhor que levantou o braço e saiu, diga-lhe para estar atento na mesma. Nunca se sabe quando precisará de resposta para as questões que coloquei…