28 Setembro 2015      01:14

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JOAQUIM PINTO

TRIBUNA ALENTEJO (TA) - Porque é que se candidata à Assembleia da República?

Joaquim Pinto (JP) - Pela responsabilidade de como cidadão poder lutar por uma vida mais digna para as Portuguesas e Portugueses.

 

TA - Que diferenças existem entre esta candidatura e as restantes?

JP - É a primeira candidatura de um movimento de cidadãos à Assembleia da República; é uma candidatura que não está hipotecada a outros interesses que não o de lutar pelo bem-comum de todos os cidadãos, os verdadeiros soberanos deste país.

 

TA - No seu entender, quais são os pontos fortes do Alentejo?

JP - O Alentejo é, em meu entender, a região que tem mais potencial de crescimento em Portugal, quer seja na agricultura, pela sua topografia e solo riquíssimo, quer seja pelo turismo, pois é onde existe uma das maiores concentrações de monumentos da proto história do mundo, algo que não foi devidamente aproveitado pelos sucessivos governos, que concentraram a sua governação em regiões com mais votantes.

 

TA - E os fracos?

JP - Os pontos fracos não foram originados pelos alentejanos, mas por políticas centralizadoras que desertificam e levam ao consequente envelhecimento da população da nossa região. Porquê se preocuparem com o Alentejo, uma vez que a grande parte dos alentejanos de nascimento já se encontram noutras regiões, portuguesas ou estrangeiras? A nossa política possibilitará um desenvolvimento para cada região aproveitando as suas idiossincrasias. Estamos a elaborar um plano de viabilização do aeroporto de Beja e de restruturação turística – restruturar o que não existe é um pouco forçado, admito - do património arqueológico do Alentejo, criando um parque arqueológico (Portuguese Heritage – extensível a todo o país) muito similar ao que se faz em Inglaterra e na Irlanda. Por outro lado, mas dentro do mesmo enfoque, queremos promover uma agricultura sustentável e apostar na Marca Alentejo, pois o Alentejo sabe fazer bem.

 

TA - Ainda se justifica utilizar os termos “esquerda” e “direita” em política?

JP - Acho que isso é daqueles mitos políticos que só existem ainda porque são alimentados por mentes tacanhas e com pretensa de dividir para governar. Interessa ao sistema. Não é a cor das camisolas políticas que faz a diferença, mas as pessoas que as vestem e que, com o seu valor e a sua predisposição, queiram atingir e realizar um bem-comum que seja para todos e conte com todos: daí o nome do nosso movimento, Nós, Cidadãos!

 

TA - Portugal virado para a Europa e para a União Europeia, ou não?

JP - Porque não exigir antes uma Europa virada para Portugal? Não devemos permitir que uns sejam relegados para a “escravatura” e outros para o “senhorio”. Precisamos de uma Europa, mas de uma Europa de bem e igualdade. Os senhores usufruem de uma Europa diferente da que sofrem os Escravos. E nós, infelizmente, deixámo-nos escravizar. Não falamos, hoje, de uma Europa de valores, mas sim de uma Europa onde os ricos predam e abusam dos pobres. Nós vivemos, nesta Europa, numa época venatória, na qual somos as presas. Não queremos ser caçadores nem queremos ser caçados.

 

TA - Regionalização: sim ou não?

JP - Por todas as razões que atrás elenquei, sim e já! Não obstante termos uma marcada identidade nacional, cada região tem uma riqueza cultural, com toda a profundidade deste conceito, única, que deve ser levada em conta. Devem ser aqueles que vivem e sentem a sua região que devem decidir o rumo que a sua identidade regional deve levar para não sofrer descaracterizações. O resto são politiquices e interesses.

 

TA - Se pudesse fazer um só projeto pelo seu círculo eleitoral, qual seria?

JP - Com as devidas ressalvas e para além do que já referi – aeroporto, agricultura, cultura e turismo, que impedia esta sangria de população que está a ser feita à nossa região, unificar de alguma maneira o Alentejo, Alto e Baixo, pois são poucas as coisas que os separam. Talvez pudéssemos começar com o Aeroporto de Beja, tornando-o no Aeroporto do Alentejo, algo que iria beneficiar em muito as duas regiões. Pouca gente sabe, mas o nosso aeroporto é, logo a seguir ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, aquele que tem melhores condições para aterragens e descolagens, para além de um enquadramento envolvente e corredor aéreo que facilita muito o tráfego, as cargas, descargas, estacionamento e reparação de aeronaves. Enfim, é um elefante branco e uma despesa para os contribuintes, quando poderia ser um meio de desenvolvimento.

 

TA - Como vê o Alentejo em 2020?

JP - Depende, se as pessoas ficarem em casa e se absterem ou não votarem na mudança, vejo o Alentejo na mesma ou pior, temo que pior; se votarem diferente, se votarem em “SI MESMOS”, como cidadãos, veremos um Alentejo revitalizado e a fazer muito e com qualidade. Um governo de Cidadãos é um governo para Cidadãos e não um lacaio de interesses viciosos de longa data.