24 Abril 2015      17:49

Está aqui

HOMEMADE SCIENCE É MADE IN ALENTEJO

Chama-se Rita Balbino, nasceu em Porto Covo e cresceu ligada às ciências da natureza. É licenciada em Biologia e Geologia e Mestre em Ciências da Terra e da Vida. Foi professora e agora é investigadora na área do ensino não formal das ciências naturais. E está apostada em aumentar a literacia científica e colocar mais crianças e mais adultos a gostar e a falar de ciências. Apresentamos-lhe a Rita e o Homemade Science.

 

 

Tribuna Alentejo: Rita, como foi esse caminho até às Ciências da Natureza?

Rita Balbino: Decorria o ano de 1974 (um ano extraordinário) quando eu nasci. Aconteceu em Porto Covo, em casa (a minha avó era parteira). Cresci nesta localidade e tive uma infância muito feliz entre os elementos rurais e marinhos que a caracterizam.

Saí de Porto Covo para estudar na Universidade de Évora, onde me licenciei em  Ensino de Biologia e Geologia. Mais tarde fiz o Mestrado em Ciências da Terra e da Vida na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Comecei por dar aulas no Ensino Superior (na Escola Superior de Educação de Beja) e no Instituto Piaget. Posteriormente dei formação a adultos no IEFP e na Associação Taipa. Passei pelo 3º Ciclo do Ensino Básico e atualmente, estou a fazer o Doutoramento em Ciências da Educação na Universidade de Évora. O tema da minha investigação é O Ensino Não Formal das Ciências Naturais no concelho de Odemira. Resido em Vila Nova de Milfontes com a minha família.

 

 

Tribuna Alentejo: Encontrou uma resposta para um problema que identificou e que é o da aprendizagem das ciências.

Rita Balbino: Em 2010 integrei a equipa que inaugurou o Centro Ciência Viva do Lousal, um dos Centros Ciência Viva do nosso país. Foi nesse ambiente de ensino não formal da Ciência que constatei que as pessoas (crianças, jovens ou adultos) reagem de uma forma diferente, fora do ambiente escolar, a novas aprendizagens. Ficam mais interessadas, entusiasmadas e tiram prazer dos novos conhecimentos que podem adquirir.

A partir dessa minha vivência comecei a trabalhar em vários projetos ligados ao ensino não formal das Ciências, articulando-os com a minha vida profissional no ensino convencional.

Entretanto, os meus filhos, atualmente com 4 e 6 anos, foram crescendo e, como qualquer criança, cada vez me questionam mais acerca do que os rodeia. Consequentemente, pensei ajudar os outros pais a dar respostas aos seus filhos criando o blogue Homemade Science.

 

 

Tribuna Alentejo: E como é o Homemade Science?

Rita Balbino: Este é um blogue que contém diversas rúbricas, além dessas respostas, com fundamento científico. Entrevisto os cientistas mais notáveis do nosso país, que se destacaram nas suas áreas, questionando-os acerca da sua infância, do que os motivou a seguir uma carreira científica e de como devemos estimular os nossos filhos a gostar das diversas ciências (Matemática, Física, Biologia, etc). Partilho também atividades experimentais, que faço em casa, com os meus filhos e as nossas saídas de campo onde aproveito para lhes explicar o Mundo visto pelos olhos dos cientistas.

O blogue Homemade Science é um dos meios que uso para difundir ciência, principalmente na sua vertente ligada ao quotidiano de todas as pessoas. O meu principal objetivo é contribuir para o aumento da literacia científica de toda a população que consiga atingir. Gostaria também de fomentar o gosto pela ciência nos mais jovens pois cada vez mais o conhecimento científico é uma vantagem competitiva para as novas gerações.

 

Tribuna Alentejo: Para além da investigação também se dedica ao associativismo. São complementares as actividades ou sente necessidade de fazer coisas diferentes?

Rita Balbino: Atualmente, os meus tempos livres são maioritariamente ao doutoramento. Tenho pouco tempo para fazer outras atividades fora do âmbito profissional, no entanto, posso dizer que encontrar formas de divulgar e comunicar ciência de uma forma atrativa e inteligível é, para mim, um verdadeiro hobbie, ou seja, algo que faço, com prazer, fora da minha atividade profissional.

Estou também, com outros colegas professores e divulgadores de ciência, ligada à criação da ACTAL – Associação para a Ciência e Tecnologia do Alentejo Litoral. Esta associação tem como objetivo difundir e promover a ciência entre os alunos, os professores e a população geral, nos cinco concelhos do litoral alentejano.

Tribuna Alentejo: De onde vem o entusiasmo de quem leva a sua vida profissional para além da sala de aula?

Rita Balbino: O meu entusiasmo é inato. Desde pequena sempre adorei aprender, descobrir as respostas, conhecer sempre mais…Esta é a vontade que permanentemente me move e que foi reforçada, já em adulta, pelo prazer que tenho também em ensinar. Ensinar dentro das salas de aula e também (cada vez mais) fora delas.

http://homemadescience.blogs.sapo.pt/
https://www.facebook.com/rita.balbino.5