8 Dezembro 2015      10:50

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FINALMENTE OS NÚMEROS!

Dediquei as duas últimas semanas a apresentar algumas das atividades que desenvolvo no âmbito da minha profissão: aulas, formações, livros e investigação. Apesar de todas elas poderem envolver números, a verdade é que implicam, na sua maioria, a escrita e não a utilização de números. Mas, afinal, o Economista não trata de números? Claro que trata.

Uma outra atividade que desenvolvo com frequência (e que nos últimos anos até tive a oportunidade de articular diretamente com as aulas), é a atividade como consultor, nomeadamente na elaboração e análise de projetos de investimento e também na realização de estudos de impacto económico.

A análise de projetos é uma das atividades que serve de estereótipo para os Economistas e é das tais que tem muitos números. Basicamente o que fazemos é, com os promotores dos projetos, analisar tudo o que diz respeito à criação de uma empresa (ou à sua expansão). Vimos os investimentos que são feitos, a forma como são financiados, as vendas que vão gerar, os respetivos custos, enfim: todos os elementos económico-contabilísticos que são necessários. No final temos uma série de folhas de cálculos da qual retiramos fundamentalmente três indicadores: VAL, TIR e período de recuperação. Com os quais concluímos se os projetos valem ou não a pena em termos económicos.

Nos últimos anos tenho tido oportunidade de lecionar a unidade curricular de Empreendedorismo na ESAE. E no âmbito desta unidade curricular, não só ensinar estas matérias aos alunos mas também ajudá-los a que construam o seu próprio futuro. E isto dá um prazer enorme.

Além dos estudos de viabilidade económica, tive também a oportunidade nos últimos anos de colaborar com uma empresa com análises de custo-benefício na área do ambiente: num primeiro caso na revisão do plano estratégico de gestão de resíduos industriais (PESGRI) e noutro caso na avaliação do impacto ambiental de um aterro sanitário.

Também neste caso o que fiz foi o levantamento da informação sobre os custos e benefícios destas atividades mas, além dos custos puramente financeiros, também são analisadas questões de caráter económico: consequências a nível ambiental e até da saúde humana. E num desses estudos tive inclusivamente de fazer previsões para a produção de resíduos que foi, talvez, uma das tarefas mais complicadas que tive como Economista (em virtude da falta de informação). Também nestes casos, no final, saltou um número como resumo de tudo o resto.

Esta é a última crónica que dedico àquilo que desenvolvo em termos profissionais, como Economista. Espero que, como era meu objetivo, o leitor tenha ficado com a noção daquilo que fazemos na nossa profissão. E que, afinal de contas, não trabalhamos apenas com números. De facto, temos uma polivalência relativamente grande e que vai desde a simples análise de uma decisão do quotidiano até análises e previsões complexas, de questões nacionais. Para a semana mudamos novamente de tema! Até lá…