20 Agosto 2015      11:09

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EXPECTATIVAS

Esta semana assistimos a reentre política da coligação PSD/CDS-PP, que escolheu como slogan “Portugal à Frente”.

O pontal voltou a ser aberto ao público e as palavras dominantes voltaram a ser o passado, o medo e “eles”.

Relativamente ao passado, Passos e Portas teimam em remeter os erros a um só Governo, esquecendo-se de referir que esse mesmo Governo tinha já delineado uma estratégia apoiada pela Europa com sacrifícios exigidos aos portugueses mas com uma dose mais reduzida de austeridade.

Esqueceu-se igualmente de referir que a sede de poder que tanto gosta de falar partiu do seu Governo apoiado pela oposição da altura. Partiu de uma moção de censura com uma única frase.

Sim, um partido que se diz preocupado com os portugueses limitou-se a escrever uma frase feita para levar um Governo à demissão.

Pois bem, chegaram ao Governo, foram mais troikistas que a Troika, quiseram fazer crer que nada tinham a ver com o exposto no memorando e durante uns meses surgiram como os verdadeiros salvadores.

O que é facto é que existem menos empregos que em 2011 porque não existem oportunidades para os criar. O desemprego jovem continua a subir em flecha, ultrapassando constantemente os números gerais do desemprego.

Há pessoas que não vão aos hospitais porque não têm como pagar as taxas moderadoras. Todos os dias estudantes abandonam os seus cursos porque não têm como pagar as propinas nem um escalão que os abranja criteriosamente.

No entanto a coligação diz que quer por Portugal à frente. Mas de quê? O governo teve quatro anos para mostrar as suas prioridades e os resultados estão à vista. Fome, desemprego e recessão sem que sejam capazes de, tal como no passado reconhecer que voltaram com a palavra atrás no que prometeram nem apresentando um pedido de desculpas aos portugueses.

Não. Tomam-se medidas inconstitucionais e culpa-se o Tribunal Constitucional por mais austeridade dai resultante.

Culpa-se o Governo anterior por medidas que nem sequer constam no memorando.

Pelos vistos tudo o que se passa neste Governo é sempre culpa de terceiros.

Agora volta o discurso do medo, falando-se inclusive em terceiro resgate caso a coligação perca as eleições.

Curiosamente não existe é a apresentação de medidas concretas para o crescimento do País. Todo o programa, tal como já aqui se analisou cria uma expectativa de crescimento. No entanto essa expectativa não passa disso.

Quando se procuram medidas concretas não se encontram.

Diz-se que as coisas vão melhorar mas não se diz o que se vai fazer.

Isto, queiram ou não, é brincar com as pessoas e com o futuro que estas merecem.

As pessoas estão fartas das mesmas promessas e das mesmas caras. As sondagens assim o dizem.

Os portugueses têm uma expectativa de que o futuro terá de ser melhor mas receiam quer a manutenção, quer a mudança.

Propostas precisam-se, tal como honestidade e seriedade.

Veremos o que a restante campanha nos trará.