31 Maio 2015      10:23

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EMPREENDER A SUL

Um recente artigo do Santander Advance revela que ainda há um longo caminho a percorrer e que é necessário e urgente que a atividade empreendedora aumente não só no caso específico do Alentejo, mas em toda a região EUROACE, que engloba ainda o Centro e a Extremadura espanhola.

Diz o estudo que “há falta de políticas e programas governamentais que favoreçam o surgimento de novas empresas e mais apoio financeiro para a criação de empresas na eurorregião EUROACE”.

O estudo publicado pela Junta da Extremadura, e o primeiro do género, identifica algumas lacunas nestas regiões, isto apesar de ter existido uma melhoria – em parte provocada por programas de apoio governamentais e pela crise económica e que levaram a um aumento de casos de empreendedorismo.

No entanto, somente menos de um terço surge dos casos de empreendedorismo surgem por uma necessidade, devendo-se a maioria dos casos a uma vontade de aumento dos rendimentos.

A juntar às referidas faltas de políticas e programas governamentais há ainda, e segundo o artigo, uma falta de educação e formação empreendedora como ainda a necessidade de que haja uma maior aposta em investigação e desenvolvimento. 

Segundo o referido estudo da Junta da Extremadura, o empreendedor na região EUROACE é maioritariamente do sexo masculino, tem 38 anos, estudos secundários, agregado familiar de três pessoas e um rendimento anual abaixo dos 20.000 euros e vive na região centro.

De acordo com o estudo, o perfil do empreendedor desta eurorregião corresponde a um homem, de 38 anos, com estudos secundários, um agregado familiar de três pessoas e rendimentos anuais inferiores a 20 mil euros, que cria o seu próprio negócio na região Centro. EM 62,5% dos casos, o empreendedor não tem sócios e o negócio está direcionado para o consumo e a prestação de serviços a terceiros, não garantindo emprego, em média, a mais de 5 pessoas, além do próprio posto de trabalho.

No entanto, a exportação tem sido o caminho do sucesso para muitas destas empresas portuguesas: 56% no Alentejo e na região Centro com 58%, face aos curtos 18% da Extremadura espanhola.

Aliás, alguns destes casos de sucesso estiveram presentes no Open Coffee Alentejo 4, que decorreu em Évora no passado dia 15 de maio.

A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) realizou um inquérito a 1.630 empresas em que pretendia aferir quais as qualificações que os gestores mais sentiam necessitar; apesar das respostas variáveis de acordo com a região mas à uma enfâse no setor dos serviços, em detrimento da indústria (tradicionalmente imagem de marca do norte).

No Alentejo, a as necessidades foram apontadas à falta de operadores logísticos e de profissionais ligados à agricultura.

O estudo permitiu à ANQEP readequar a sua oferta formativa às necessidades e aumentou 20% da oferta de cursos de empregados de comércio e de restaurante, formações para operadores de máquinas e para empregados de hotelaria, entre outros.

Mas em Portugal faltam mais coisas, como o facto de os empresários valorizem os direitos de propriedade industrial. Segundo um estudo da Associação industrial Portuguesa (AIP), os empresários portugueses desconhecem grandemente as questões que se relacionem com a propriedade industrial. Entre 4.502 inquiridos, a AIP só obteve 141 respostas nos três distritos em análise: Évora, Portalegre e Castelo Branco: este número reduzido aliado ao menosprezo demonstrado nas respostas deixa evidente que os empresários portugueses ainda não se preocupam muito com a proteção por direitos de propriedade industrial.

 

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