23 Setembro 2015      15:11

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A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E AS ELEIÇÕES

Se é leitor assíduo das minhas crónicas (gosto de acreditar que os há!) então já se apercebeu que de vez em quando surgem pontos prévios. Basicamente o objetivo é deixar claras algumas situações, para evitar polémicas. Pois bem, hoje o ponto prévio… são três pontos: não pertenço a nenhum partido político; não faço campanha eleitoral por nenhum partido; não venho aqui discutir propostas. Isto para evitar equívocos. Agora passo a contar três histórias cuja semelhança com realidades próximas de nós se calhar não são pura coincidência.

 

História 1

Um agregado familiar composto por um casal e dois filhos: um na universidade e outro menor de idade. Ambos os pais têm um emprego certo que lhes permite ter um determinado nível de vida e ainda fazer algumas poupanças. Um dos membros do casal fica desempregado. Reunião familiar e decisão: vamos reduzir o nível de vida um pouco e utilizar parte das poupanças para não sentirmos tanta diferença.

 

História 2

Um agregado familiar composto por um casal e dois filhos: um na universidade e outro menor de idade. Ambos os pais têm um emprego certo que lhes permite ter um determinado nível de vida mas que não poupam. Um dos membros do casal fica desempregado. Reunião familiar e decisão: temos que reduzir o nível de vida enquanto apenas uma das pessoas trabalhar nesta casa. Pode acontecer que o filho mais velho tenha que deixar a universidade e ir trabalhar.

 

História 3

Um agregado familiar composto por um casal e dois filhos: um na universidade e outro menor de idade. Ambos os pais têm um emprego certo mas para ter um determinado nível de vida a família vai recorrendo a alguns créditos. Um dos membros do casal fica desempregado e, face a esta situação, acabaram-se os créditos. Reunião familiar e decisão: vamos reduzir o nível de vida, o filho mais velho tem que deixar a universidade e vai trabalhar e o filho menor…

 

Infelizmente nos últimos anos estas (e outras) histórias multiplicaram-se pelo nosso país. A primeira história não é propriamente dramática, as outras duas já serão mais. Repito que não vou discutir opções políticas. Apenas fazer o paralelismo com Portugal, que se aproxima da terceira história. Um país com constantes défices e onde o crédito acabou. Fechando-se a torneira só havia três opções: aumentar a receita (para as famílias, trabalhar mais), diminuir a despesa (para as famílias, gastar menos)… ou as duas simultaneamente!

E onde é que entram as eleições nisto? Volto a repetir: não vou fazer campanha, não vou defender o partido A ou B, antes vou utilizar estas histórias para mostrar que muitas promessas (que todos os partidos fazem – TODOS!) devem ser bem enquadradas. É insuportável para o nosso país, numa situação como a que temos atualmente, gastar mais sem ter recursos para tal. Parece-me simples… Como é que a família da terceira história pode aumentar o seu nível de vida sem ter recursos?

Pois é, promessas…