5 Agosto 2015      09:59

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AS COISAS SÓ PODEM MELHORAR

O mês de agosto é por tradição tempo de férias e apesar das atuais dificuldades económicas e financeiras, com que a generalidade das famílias se debatem, muitos portugueses já se encaminharam para a costa algarvia ou para outros destinos turísticos. Na bagagem levam um ano inteiro de emoções e a vontade de subtrair ao presente as dificuldades e as preocupações do dia-a-dia.

Com a “silly season” a despontar, na comunicação social os números de desemprego começam a fazer furor e a animar a pré-campanha eleitoral. No primeiro dia de agosto lia-se na manchete do SEMANÁRIO EXPRESSO “Governo furioso com INE por causa do desemprego”.

O rastilho estava aceso! E pouco a pouco lá iam surgindo mais notícias acerca do mesmo assunto e com o mesmo teor: DIÁRIO DE NOTÍCIAS “509 mil desempregados não entram nas contas oficiais. Taxa seria de 22%”; DIÁRIO ECONÓMICO/LUSA “Há ‘aproveitamento político’ nos dados de desemprego, acusam trabalhadores do INE"; JORNAL DE NEGÓCIOS “Trabalhadores do INE repudiam ‘aproveitamento político” de estatísticas”.

Enfim, nada de grave para quem vai de férias e tem mais com que preocupar-se.

Afinal, que interesse tem em saber se há menos desemprego sem mais emprego! Se o governo recorre ou não a técnicas refinadas para esconder o desemprego.

Que utilidade há em saber que durante a vigência deste governo, foram destruídos mais de 320.000 empregos, sendo que o emprego retrocedeu quase duas décadas para níveis de 1995. Ou em saber que a taxa de desemprego oficial esconde situações terríveis: 313 mil desempregados há mais de 2 anos, que aumentaram 50% durante o mandato deste governo!

Sejamos claros em relação a esta questão dos números do desemprego, trata-se apenas de mais um exemplo de fuga à realidade a que este governo de coligação PSD/CDS já nos habituou.

E pensar que os assalariados trabalharam os últimos seis meses para totalizar o pagamento anual dos impostos a que estão sujeitos. E, ainda assim, apesar de todos os sacrifícios exigidos aos trabalhadores a situação do país não melhora.