11 Junho 2015      10:47

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COISAS DO FUTEBOL

Um acontecimento que me marcou muito nos últimos dias foi sem dúvida a ida do treinador Jorge Jesus do Benfica para o Sporting.

Embora haja a perspectiva mais laboral da questão, em que se argumenta que os jogadores e os treinadores de futebol são profissionais, têm vínculos contratuais com clubes e quando esses vínculos terminam podem representar qualquer outro, não podemos deixar de lado a perspectiva afectiva, que pauta o futebol e enche os seus adeptos, levando à percepção que há certas decisões que não se devem tomar.

Para alguns pode parecer um assunto sem importância, de pouca utilidade e que não deve ser alvo de grande preocupação da parte do público, até porque “eles é que ganham o dinheiro e nós é que nos chateamos”, mas para quem gosta e é apaixonado por futebol as coisas não são bem assim.

Se Jorge Jesus fosse treinar um clube estrangeiro dois ou três anos e depois regressasse a Portugal para treinar o Sporting ninguém lhe ia levar a mal, até porque todos sabemos da simpatia do mister pelo clube de Alvalade, mas saindo directamente do clube rival e ainda por cima tendo sido campeão, constituiu mesmo um desfecho imprevisível e nada bom para a reputação do treinador.

Os adeptos do Benfica ficaram com um sentimento de traição por parte do treinador, os adeptos do Sporting na sua maioria não ficaram propriamente satisfeitos, porque para vir Jesus vai-se despedir um treinador que lhes é querido e lhes deu um título importante (quebrando um jejum de 7 anos), e vão ser obrigados a ficar com um treinador do clube rival que tanto criticaram nos últimos anos.

Honestamente, reconheço a importância que Jorge Jesus teve no Benfica: o futebol espectáculo que voltou a imprimir ao clube, os jogadores que potenciou, os títulos que ganhou, contudo defendia que já estava na hora da sua saída (defendia já há 2 anos) pois criou um conjunto de vícios e teimosias que pediam uma mudança.

Espero ver o Rui Vitória como novo treinador, um benfiquista convicto que “põe as equipas” a jogar bom futebol e aposta nos jovens portugueses, tendo todo o potencial para ser um treinador de renome no clube. Ao Jorge Jesus desejo-lhe todos os sucessos menos o desportivo quando estiver a competir com o Benfica, e espero começarmos já a ganhar na Supertaça! 

 

Imagem daqui