Chama-se Bruno Canotilho, tem 37 anos, é natural de Alcácer do Sal mas vive desde a infância em Vila Nova de Santo André, Sines. Trabalha desde muito novo, quase sempre ligado ao mar e está absolutamente focado no projecto da sua vida, as Casinhas dos Aivados, um projecto turístico.
Tribuna Alentejo: Bruno, sabemos que começaste a trabalhar muito cedo. E que fizeste muitas coisas diferentes.
Bruno Canotilho: É verdade. Assim que completei o ensino secundário, na área das artes, comecei a trabalhar. Trabalhei em diferentes áreas como comercial, fui nadador salvador, superintendente na área de petróleo e gás e treinador de surf.
Tribuna Alentejo: Estás definitivamente ligado ao mar. Essa ligação explica o teu projecto?
Bruno Canotilho: Desde que comecei a dar aulas de surf, quer aqui no Litoral Alentejano, quer no Algarve, que sempre lidei e convivi com pessoas de todo o Mundo, com maneiras diferentes de estar e de pensar, com outras ideologias e vivências.
Todas essas partilhas de experiências e vivências fizeram-me ter uma visão ampla em relação a tudo na vida, e que também ajudou na formação deste projecto que são as Casinhas dos Aivados (Ribeira da Azenha). Estamos neste momento a tratar da aprovação para ser um Alojamento Local.
Tribuna Alentejo: E como vão as Casinhas dos Aivados funcionar? E quem é público-alvo?
Bruno Canotilho: Vamos operar no mercado Nacional, trabalhando nos meses de Junho, Julho e Agosto, e no internacional, tentar atrair mais as pessoas do norte da Europa para colmatar os meses mais fracos e em que as temperaturas são mais baixas, tentando atraí-las com as várias modalidades existentes no nosso Alentejo Litoral, desde o surf, bodyboard, paddle board, passeios de canoa, btt, trekking, bird watching, TT,entre outros.
Tribuna Alentejo: Um projecto destes precisa de uma equipa. Ou estás a fazê-lo sozinho?
Bruno Canotilho: Eu sou sócio-gerente da empresa, mas tenho mais três sócios, e estamos os quatro todos juntos desde o início do projecto.
Tudo começou quando um deles andava a ver terrenos na net e verificou que havia um terreno à venda por um bom preço já com quatro moradias.
Entrou logo em contacto comigo e com os restantes sócios, e foi desde esse momento que começamos à procura de um banco que financiasse o nosso projecto.
Tribuna Alentejo: Os bancos já não fazem aquilo para que foram criados. Como conseguiram?
Bruno Canotilho: Andámos muito tempo à deriva pois, a todas as portas que batíamos era-nos negado o empréstimo.
Estivemos quase para desistir, mas continuámos a insistir e com a ajuda de uma benfeitora, lá conseguimos comprar as casinhas.
E foi assim que começou, desde recuperação dos interiores, recuperação dos exteriores, comprar móveis e electrodomésticos e outros acessórios. Enfim, até estar quase tudo pronto.
Tribuna Alentejo: E a tua vida é só a empresa?
Bruno Canotilho: Trabalho para a Escola de Surf CostAzul como treinador de surf, onde o objectivo é promover e ensinar a prática desta modalidade a toda a comunidade local (Alentejo) bem como a qualquer pessoa que queira experimentar. Para além disso sou surfista e pratico desportos de bola.
Tenho participado também no Open Coffe Alentejo, que é um evento de networking aberto, livre e informal para donos de empresas, startups, empreendedores, investidores, especialistas técnicos, pessoas que buscam inspiração.
Tribuna Alentejo: Que dificuldades sentes no País? Que pode ser feito para termos mais empresas e mais empresários?
Bruno Canotilho: As maiores dificuldades que eu sinto são a nível dos entraves legais que são colocados aos pequenos empreendedores, e da falta de capacidade por parte das câmaras locais, em providenciar a melhor informação e dar seguimento a estes processos com mais rapidez.
De qualquer das formas sei por experiência que se temos uma boa ideia de negócio não devemos desistir, e lutar até ao fim.
Aprendi que se for preciso devemos procurar ajuda. Nunca devemos ter medo de pedir ajuda.
https://www.facebook.com/bruno.canotilho.1?fref=ts