2 Outubro 2015      13:07

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ANTÓNIO COSTA DA SILVA

TRIBUNA ALENTEJO (TA) - Porque é que se candidata à Assembleia da República?

António Costa da Silva (ACS) - Penso que posso dar o meu contributo para o desenvolvimento no Distrito de Évora/ Alentejo. A minha paixão pelo Alentejo e vasta experiência profissional na área do desenvolvimento regional pode continuar a ajudar no processo de mudança positiva que está a ocorrer no nosso território alentejano. Posso também ajudar a intensificar uma melhor diferenciação positiva do nosso distrito/região.

 

TA - Que diferenças existem entre esta candidatura e as restantes?

ACS - Por uma lado, a minha formação e experiência profissional. Por outro, um forte conhecimento de quem está habituado a trabalhar com a realidade das pessoas, empresas e instituições. De alguém que, em termos profissionais, está no terreno há 23 anos, sempre com uma perspectiva de negociação com todas as partes e de procura das melhores soluções para o território.

 

TA - No seu entender, quais são os pontos fortes do Alentejo?

ACS - A excelência ambiental e patrimonial. Com a vantagem acrescida de ter uma identidade cultural muito forte. O Alentejo deve apostar nesta vantagem comparativa (tal como fizeram a Toscânia e outras regiões com características semelhantes) face a outras regiões. O Alentejo deve apostar claramente na sua diferenciação. Para isso, tanto as áreas económicas tradicionais, como as emergentes, devem apostar neste modelo de desenvolvimento. Podem contribuir fortemente: as energias renováveis, aeronáutica, tecnologias críticas, património e indústrias criativas, economia dos recursos naturais, minerais e ambientais, e serviços especializados e tecnologias para a economia social.

 

TA – E os fracos?

ACS - A falta de pessoas. O Alentejo é um território com uma densidade populacional muito baixa e com uma população muito envelhecida. Este é um problema que só se resolve com a atracção de pessoas, sobretudo de jovens.

 

TA - Ainda se justifica utilizar os termos “esquerda” e “direita” em política?

ACS - É claro que existem diferenças muito significativas entre políticas de esquerda e de direita. Que é fundamental a pluralidade partidária e diferença de opiniões. No entanto, vivemos uma fase da nossa realidade socioeconómica que requer muito pragmatismo na acção política. A política deve estar muito direccionada para resolver os problemas concretos das pessoas, empresas e instituições. Não tanto nas ideologias.

 

TA - Portugal virado para a Europa e para a União Europeia, ou não?

ACS - Obviamente que sim. Acredito nesta Europa que está na linha da frente dos valores civilizacionais: da defesa da democracia, dos direitos humanos, da justiça para todos, da igualdade de oportunidades, do respeito pela diferença, da defesa do Estado Social, da defesa do ambiente e património cultural, de uma economia livre e responsável. Acredito na visão de uma Europa com um futuro de paz. Acredito que este processo de desenvolvimento deve ser prosseguido. No entanto, esta Europa, que tanto tem sido posta à prova nos últimos anos, deve evoluir no seu processo democrático. Dar mais voz às pessoas. Deve evoluir no sentido político. Devem evoluir as suas instituições, aprofundando o processo democrático, sobretudo nas escolhas das suas lideranças.

 

TA - Regionalização: sim ou não?

ACS - Nesta fase e tendo em conta o estado do desenvolvimento do País, parece-me mais positivo aprofundar fortemente a reforma administrativa do País.

 

TA - Se pudesse fazer um só projeto pelo seu círculo eleitoral, qual seria?

ACS - Obviamente o Hospital Regional do Alentejo, em Évora.

 

TA - Como vê o Alentejo em 2020?

ACS - Vejo como uma região que terá dado o salto. Que estará cima dos famosos 75% da média europeia. O Alentejo tem todas as condições para fazer essa evolução. Basta seguir o rumo que tem seguido nos últimos anos. Ora vejamos: Hoje em dia temos uma região bastante diferente. Temos uma região que apresenta uma trajectória de mudança, de captação e criação de investimento, mas também com capacidade de gerar  mais e novos empregos.

Hoje o nosso distrito e a nossa região estão muito mais abertos ao conhecimento. Na minha perspectiva as entidades do Sistema Científico e Tecnológico Regional (Universidade de Évora, Centros Tecnológicos, etc) estão muito mais disponíveis para transferir conhecimento e tecnologia para o mundo empresarial. Acredito que há uma disponibilidade muito significativas destas entidades apostarem em investigação e desenvolvimento tecnológico, numa perspectiva do tecido económico existente.

Foi fundamental a aposta na criação do PCTA - Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo e no desenvolvimento de um Sistema Regional de Transfêrencia de Tecnológia. Apostas nas seguintes áreas: Energias renováveis, aeronáutica, tecnologias críticas, património e indústrias criativas, economia dos recursos naturais, minerais e ambientais, e serviços especializados e tecnologias para a economia social.

Nestes últimos, para além do PCTA, podemos constatar outros investimentos fundamentais no nosso território, são exemplo: Criação da Incubadora Evoratech da ADRAL/CME; Incubadora Brain Link da ANJE; Centro de Negócios do NERE, etc.

É possível apresentar algumas áreas em que é mais fácil evidenciar esta mudança: Tivémos uma reestruturação muito significativa e preponderante no Sector Agrícola e Agro-Industrial, através de um forte incremento da actividade empresarial, do aumento do número de jovens agricultores, do crescimento dos níveis de produtividade e volume de negócios. Foram realizados investimentos públicos decisivos: conclusão da barragem de Veiros, investimentos significativos na Vigia e Lucefecit e em conclusão os investimentos em Alqueva. Estão a ser lançados os estudos para a captação de água do Alqueva nos concelhos de Reguengos e Monsaraz, para efeitos de regadio. Os pagamentos a tempo e horas as agricultores/empresários agrícolas vieram dar outra estabilidade a este sector.

Outra área que teve um incremento bastante significativo foi o sector turístico. O sector ganhou uma notoriedade e visibilidade bastante significativa. De facto, houve uma forte intensificação de esforços de promoção da Região, em particular nos mercados internacionais.

Foram concretizados notáveis investimentos empresariais, como são exemplo: L´And Vineyards em Montemor-o-Novo; o Marmóris em Vila Viçosa; o EcorkHotel, Moove Hotel, Vila Galé, Vitória Hotel, estes em Évora; em construção está a Herdade do Barrocal em Reguengos; e muitos outros de menor dimensão foram concretizados, mas que também são muito importantes para o nosso distrito.

Basta seguir o caminho.