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Umberto Eco

COMO PREPARAR-SE SERENAMENTE PARA A MORTE

É costume o comum dos mortais, aquando do falecimento de um familiar, de um conhecido ou de um indivíduo ilustre, endeusar o infeliz, sobretudo nas redes sociais (onde são expostos e despejados os despojos _ passem-me a paranomásia _ da nossa existência). Mas quando se trata de uma referência na política, na arte ou nas ciências, então parecem não chegar os epítetos mais laudatórios porque, também, por portas e travessas, acaba por constituir um bálsamo para o ego o facto de assumir-se como supremo “connaisseur” da obra do falecido.