15 Outubro 2016      11:38

Está aqui

TAXAR OS VINHOS COM MAIS IMPOSTOS? UMA ASNEIRA GIGANTESCA!

"PENSAMENTOS POLÍTICOS"

Muito recentemente diversos órgãos de comunicação social revelaram a possibilidade do Governo vir a aumentar o IABA (Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas) sobre o vinho.

Atualmente, este imposto para o vinho, tal como se passa na grande maioria dos países produtores de vinho, tem taxa zero. As notícias indiciavam que, no orçamento de estado 2017, passasse a ter uma tabela idêntica à que  atualmente é aplicada à cerveja: taxa variável consoante o grau plato, entre 7,53€/hl e 26,45€/hl.

Caso o Governo viesse a efetivar um aumento do IABA sobre o vinho, teríamos uma péssima notícia para o setor e para a região. Ao longo dos últimos anos o setor do vinho tem dado uma resposta extremamente positiva para a economia alentejana. Tem sido um setor que se tem afirmado positivamente pelo aumento da sua capacidade produtiva, de inovação, de investigação e desenvolvimento tecnológico, no marketing e comercialização e, mais recentemente, numa clara aposta na internacionalização.

É um setor que tem crescido positivamente, que está fortemente implantado na economia nacional, mas que ainda tem que dar alguns passos para se solidificar, sobretudo reforçar uma forte aposta em novos mercados.

Qualquer mexida nos impostos, para além de trazer incerteza (a pior coisa que se pode fazer aos empresários é não conseguirem planear em cenários minimamente estáveis), traz instabilidade e um forte impacto económico negativo neste negócio.

Grande parte das empresas e dos empresários da região realizaram investimentos significativos nos últimos anos, os quais acarretam consigo empréstimos que têm que ser pagos ao longo dos próximos anos.

Aumentar os impostos significaria limitar fortemente o sector, com implicações directas na sua sustentabilidade.

Se tivermos um setor mais frágil significa que não criará os mesmos níveis de riqueza, os quais teriam um impacto directo na economia da região, principalmente na desacelaração ou diminuição de emprego.

Mais uma gigantesca asneira que este Governo arquitetava!

O impacto desta medida na região seria extremamente violenta. Repare-se bem: os vinhos do Alentejo representam quase metade dos vinhos com indicação de região vendidos em Portugal, onde atingem quase 20% das vendas ao estrangeiro . O Alentejo é a região líder no mercado nacional tanto em volume (quota de 46,4%) como em valor (quota de 45%) na categoria de vinhos engarrafados de qualidade.

É um sector dinâmico, em franco crescimento, mas requer sobretudo estabilidade para potenciar o seu processo de desenvolvimento. Um aumento deste imposto (IABA) seria extremamente prejudicial para a competitividade do sector.

Segundo dados bastante recentes, o sector vitivinícola alentejano envolve 360 agentes económicos – sendo 263 produtores e 97 comerciantes –, tem uma área total de vinha de 20.800 hectares e uma produção média por hectare de 7.625 quilos.

A Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz é líder no mercado nacional, e continua a perspectivar para os próximos anos aumentar o volume de produto exportado.

Além de Reguengos de Monsaraz, existem grandes manchas de vinha exploradas por associados das cooperativas de Vidigueira, Portalegre, Redondo e Borba. A adega do Esporão e a da Cartuxa, propriedade da Fundação Eugénio de Almeida, estão entre os maiores produtores privados.

Para além destas empresas de maior dimensão temos muitas empresas de pequena e média dimensão que têm dado uma resposta bastante positiva na afirmação em mercados muito específicos e na valorização da imagem da região.

Todos seriam afectados directamente pelo aumento deste imposto. Seriam afectadas directamente as empresas, as quais ficariam fortemente limitadas na sua capacidade de desenvolvimento económico, o que acarretaria uma perda de dinâmica do sector, com implicações directas no emprego.

Este Governo de esquerda radical não se inibe em atingir “tudo o que mexe”, mesmo que isso tenha impactos totalmente imprevisíveis.

Um Governo que anda à deriva só pode tomar péssimas decisões! Decisões estas com impacto negativo nos territórios, sobretudo em territórios mais frágeis, como é o caso do Alentejo.

Uma asneira sem limites!

Já sabemos agora algumas surpresas que este OE para 2017 nos traz. Não auguro nada de bom!

 

Imagem de brechando.com