28 Novembro 2016      14:28

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QUE EUROPA QUEREMOS?

No culminar de um fim de semana de intensa discussão relativamente aos principais desafios que a União Europeia atravessa no presente, surge a noticia da eleição de François Fillon, como o candidato de direita que irá defrontar Le Penn nas presidenciais francesas que terão lugar em Abril de 2017.

Basicamente as eleições francesas irão resumir-se a um candidato da direita conservadora e a uma candidata cujo ideal nacionalista extremo bem conhecemos e um candidato da esquerda a eleger ainda em eleições primárias.

Para quem afirma que a situação dos Estados Unidos em nada afeta a União Europeia como a conhecemos, tem aqui um bom exemplo do contrário.

A eleição de Trump para Presidente dos Estados Unidos fez com que os candidatos nacionalistas conquistassem mais força e intensificassem o seu discurso e a propaganda dos seus ideiais políticos.

A grande questão que aqui se coloca é: quais os motivos que levam as pessoas a votar nestes candidatos?

É fácil afirmar que estes candidatos são populistas e apenas dizem o que as pessoas querem ouvir. É sem dúvida um facto correto, mas não podemos ficar por aqui nesta análise.

A verdade é que, como afirmaram vários oradores do Fórum Europa organizado pela Juventude Socialista este fim de semana, as pessoas estão cansadas de ouvir sempre as mesmas pessoas e as mesmas ideias repetidas incansavelmente sem que alguém consiga explicar-lhes qual o principal objetivo das mesmas.

As pessoas querem e merecem mais. As ideias apresentadas, tenham ou não resultado noutros tempos, estão gastas e as pessoas já não acreditam nelas.

É necessária uma nova mudança de paradigma que se adapte à realidade atravessada pelos europeus, nomeadamente em questões de emprego, habitação, educação e emancipação jovem.

As pessoas precisam de começar a sentir verdadeiras mudanças nas suas vidas para poderem voltar a acreditar e a confiar.

Em Portugal a confiança começa a crescer, precisamente porque o atual Governo está a demonstrar que é possível e necessário discutir olhos nos olhos com os responsáveis europeus, retirando daí resultados como a reativação dos fundos europeus e a aprovação do Orçamento de Estado para o próximo ano.

Os resultados são bons mas é preciso ainda mais, nomeadamente no que concerne a medidas de combate á precariedade.

Com medidas progressistas que tenham em conta a realidade dos diversos países da União Europeia, creio que será possível fazer com que todo este fenómeno nacionalista regida, trazendo assim a estabilidade democrática e económica aos países invadidos por esta ideologia e por novos lideres.

Para a divulgação e implementação destas medidas, serão necessários novos líderes com capacidade para levar a cabo esta tarefa.

Irá a Europa procurar e formar líderes com essa capacidade ou, uma vez mais, seremos forçados a, daqui por uns anos, corrigir os erros e problemas que o nacionalismo irá trazer?

Imagem de capa da zap.aeiou.pt