28 Junho 2017      14:28

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POUCA VERGONHA

A oposição de direita e o seu líder mudaram de estratégia.

Percebendo que no debate parlamentar a comparação entre o presente e os tempos da sua governação deixa evidente que havia alternativa à austeridade e ao caminho de empobrecimento por ele escolhido, o líder da oposição, aproveitando os jantares de apresentação de candidaturas autárquicas, vai lançando os seus ataques à governação.

Hibernando durante a semana, sem uma ideia para o país, a estratégia agora é aproveitar o final da mesma para, com tempo de antena garantido, sem o contraditório do debate parlamentar, fazer declarações exaltadas que, apesar da falta de rigor, alimentam a informação de sábado e domingo.

Foi assim que, em clima de grande indignação, Passos Coelho virou o seu ataque para a nomeação de um administrador da TAP. Um administrador cuja competência não pode ser colocada em causa e que terá como grande pecado o facto de ser muito amigo do Primeiro Ministro.

O novo administrador vai representar na TAP os interesses do Estado. Os mesmos interesses que muito bem defendeu, em representação do Estado, na reversão da negociata altamente polémica da privatização da Transportadora Aérea.

A sua nomeação é uma consequência de ter sido ele, quem representou e atuou em nome do Estado no regresso do capital público à empresa, demonstrando saber interpretar bem o interesse público. Vai representar quem antes representou, e muito bem.

Uma pouca vergonha chamou-lhe o líder amargurado da oposição.

O que lhe dói e aos que ainda não querem aceitar a realidade é que também na TAP e, contrariamente aos maus prognósticos que fizeram contra a solução encontrada de reverter, parcialmente, a privatização da empresa, as coisas estão a correr muito bem.

E, em vez de estar satisfeito com esse facto, não consegue esconder a sua frustração e o desejo escondido e nada patriótico de desejar que as coisas tivessem corrido mal.

O desespero é tal que, perante a tragédia, não cedeu à tentação de a aproveitar politicamente. Uma janela de oportunidade para quem teima em insistir desesperadamente na estratégia do bota abaixo e do vale tudo e em que, para atingir os seus “baixos” objetivos, não tem pejo de recorrer ao boato.

Para tal aproveitou, de forma inqualificável, a mentira lançada pelo seu “amigo Provedor” da Misericórdia local. E, com a cumplicidade de alguma imprensa, escondeu-se que o tal Provedor lança boatos é o “amigo candidato” à Câmara Municipal e é o “amigo presidente” da concelhia do PSD.

Não é aceitável que um líder político a quem se exige responsabilidade e seriedade faça afirmações destas sem estar seguro do que está a dizer, tentando aproveitar e tirar dividendos políticos de catástrofes, alimentando boatos para ganhar votos.

Isso sim é uma grande pouca vergonha.

Imagem de capa de zap.aeiou.pt