14 Março 2017      11:24

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ECONOMIA CIRCULAR: UMA TRANSIÇÃO QUE ESTAMOS OBRIGADOS A FAZER

O crescimento económico do mundo está sustentado numa base insustentável já que consome recursos naturais que são limitados. Extraímos, processamos, consumimos e deitamos fora mais do que o planeta é capaz de produzir e isso terá mais tarde ou mais cedo um fim.

A necessidade de mudança é urgente e a evolução das políticas da União Europeia (UE) em matéria de ambiente têm revelado precisamente esta necessidade no que toca à gestão dos resíduos, o ciclo de vida dos produtos e à eficiência na utilização dos recursos. A Europa, pode dizer-se, tem feito um esforço ao trilhar o caminho de transição para a chamada economia circular, mais eficiente e regenerativa, onde as matérias voltam a entrar no ciclo produtivo por via da "reutilização, recuperação e reciclagem". Mas para já é muito pouco e sobretudo apenas uma boa narrativa.

Para o eurodeputado Carlos Zorrinho a economia circular "é central em qualquer cenário viável para a UE e tem que ocupar uma das páginas centrais”, numa intervenção feita esta manhã no plenário de Estrasburgo.

“O Pacote para desenvolver a economia circular na UE é um exemplo do tipo de medidas que temos que concretizar para que os cidadãos sintam o impacto favorável do nosso trabalho nas suas vidas em concreto”, salientou o eurodeputado que recordou as suas propostas, como relator sombra na Comissão de Indústria, Investigação e Energia  (ITRE), designadamente: o fomento da transição e a eficiência energética; a supressão progressiva de deposição em aterros até à supressão total; a proibição da deposição em aterros de resíduos que são objeto de recolha seletiva; a criação de um programa quadro com uma calendarização dos objetivos para incentivar e facilitar ainda mais a recolha seletiva, a triagem e a reciclagem de resíduos; a monitorizar a transferência de resíduos dentro da União Europeia e para Estados terceiros. 

“Propus ainda que Comissão proceda a um estudo de impacto sobre a oportunidade da definição de um objetivo relativo à quantidade total de resíduos que podem ser depositados em aterro, calculada por quilograma, por pessoa e por ano”, lembrou também Carlos Zorrinho, para quem “a economia circular tem que ser mais que uma boa narrativa. Tem que ser uma realidade concreta e positiva e temos todas as condições para isso”.